Janet Levy
Comentário de Julio Severo: Embora meu blog frequentemente denuncie as posturas anti-Israel da Igreja Presbiteriana e outras grandes denominações protestantes, o artigo de hoje é sobre semelhante postura da Igreja Católica.
A autora conservadora Janet Levy é uma líder pró-família judia americana com quem tenho contato. Ela não tolera nem a Igreja Ortodoxa Russa pelos pogroms contra os judeus nem a Igreja Católica pelas Inquisição que também atingiu cruelmente os judeus. Apesar de suas opiniões duras, vale a pena conhecer o que ela diz. Muito pior do que a dureza dela é a opinião de alguns que mesmo hoje insistem em defender a Inquisição.
A Igreja Católica e a Morte de Jesus
Em seu livro, o Sr. Meotti explica que os sentimentos antissemitas foram fundados nos pronunciamentos da Igreja Católica de que os judeus são responsáveis pela morte de Jesus. Ele mostra como, até muito recentemente, a Igreja Católica ensinava que a história judaica terminou quando apareceu o Cristianismo e que os judeus eram um povo amaldiçoado que matou Jesus, rejeitou o evangelho de Cristo e foi destinado a vagar pela terra por toda a eternidade.
Líderes religiosos católicos tomaram a posição de que a Igreja Católica constitui o “novo Israel” e os judeus foram para sempre abandonados por Deus. É essa doutrina teológica arraigada, diz ele, que provocou a expulsão dos judeus em toda a Europa, a criação dos guetos e a marginalização da comunidade judaica, a cobrança de multas pesadas sobre os judeus, as conversões forçadas, os sequestros de crianças judias para serem criadas como cristãos, o confisco de propriedade judaica (incluindo sinagogas transformadas em igrejas) e a tortura e assassinato de judeus.
Ações antissemitas em massa incluíram as Cruzadas, a Inquisição, os pogroms russos (massacre e perseguição dos judeus pelo Império Russo) e, finalmente, o Holocausto, que aniquilaram um terço dos judeus do mundo.
O livro de Meotti revela que não apenas essas ações, mas o genocídio que foi o Holocausto, foram possíveis pelo ambiente fértil de antissemitismo criado ao longo dos séculos pela Igreja Católica.
A Igreja e a Segunda Guerra Mundial
Em “O Vaticano contra Israel”, o autor examina como a Igreja Católica continuou a ser uma parceira disposta e ansiosa na destruição do povo judeu na era moderna.
A Igreja Católica ajudou a promulgar o embuste antissemita de um plano judeu para a dominação global, conforme estabelecido nos Protocolos dos Sábios de Sião. A primeira tradução dessa calúnia sanguinária foi traduzida por cristãos árabes e publicada por um jornal da comunidade católica em Jerusalém, em 1926.
Quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, o Vaticano foi o primeiro Estado a reconhecer formalmente a legitimidade do Terceiro Reich e manteve relações diplomáticas com o governo nazista até o final da guerra.
O Sr. Meotti relata que, durante o Holocausto, o enviado britânico à Santa Sé proveu relatórios diários sobre as atrocidades nazistas. Meotti revela que o Papa Pio XII optou por permanecer em silêncio e resistiu a muitos pedidos de ajuda do povo judeu. Enquanto os judeus eram mortos em câmaras de gás em toda a Europa, a maioria das igrejas cristãs foi negligente ao não agir. Alguns até colaboraram com os nazistas.
Surpreendentemente, em 1943, no auge do genocídio dos judeus, Pio XII reafirmou em sua encíclica, Mystici Corporis Christi (Corpo Místico de Cristo), a superação do Cristianismo sobre o judaísmo e a substituição da Bíblia judaica, que tinha sido abolida, pela Bíblia cristã.
No final da II Guerra Mundial, no mais vil desrespeito à memória de milhões de pessoas que morreram durante o genocídio nazista, o Vaticano protegeu do Ministério Público uma série de nazistas, com efeito, concedendo uma aprovação tácita para as ações desses carniceiros nazistas. Os criminosos de guerra, incluindo Adolph Eichmann, Dr. Joseph Mengele, Klaus Barbie, Franz Stangl, e outros fugiram através da Itália com o apoio da rede católica.
O Sr. Meotti relata que o apoio do Vaticano e a admiração para com os nazistas não terminou aí. Em 1994, o Papa João Paulo II conferiu o título de cavaleiro papal ao comprovado criminoso nazista de guerra Kurt Waldheim, que depois da Segunda Guerra Mundial tornou-se Secretário-Geral das Nações Unidas. A honra papal, dada apesar de uma bem-conhecida “controvérsia 1985” sobre o passado nazista de Waldheim, foi na prática como cuspir na memória das vítimas do Holocausto, os sobreviventes e os seus descendentes.
Para conferir ainda mais vergonha às suas ações, o Vaticano reconheceu “os esforços de paz” de Waldheim, demonizando Israel por se defender contra o terrorismo árabe-palestino ocorrido durante o mandato de Waldheim como Secretário-Geral. Ao acolher Waldheim no Vaticano como um visitante de honra, o Vaticano estava simbolicamente limpando-o da mancha de seus crimes do Holocausto e glorificando o seu trabalho em nome da ONU para destruir o Estado judeu.
A Igreja Católica e a criação do Estado judeu
Em “O Vaticano contra Israel”, o autor revela como a Igreja Católica inicialmente lutou contra o mandato britânico para a Palestina, que estabeleceu Israel e, depois de sua fundação, demonizou e deslegitimou a existência de Israel.
A Igreja Católica e os árabes muçulmanos
Quanto à participação política na guerra árabe-muçulmana contra Israel, Meotti descreve como o Vaticano construiu uma causa comum com os árabes-palestinos, apoiando suas reivindicações apócrifas ao território e até mesmo perdoando atos de terrorismo.
O Papa João Paulo II foi mais longe ao publicamente promover a ideia de um holocausto iniciado pelos israelenses, com base, na verdade, em relatos falsificados sobre a opressão dos israelenses aos palestinos.
O Papa João Paulo II concedeu várias audiências a Yasser Arafat, o pai do terrorismo moderno e o chefe da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que tinha ordenado e executado ataques contra civis judeus e estava buscando publicidade e legitimidade no cenário mundial. Enquanto proclamavam abertamente ódio aos judeus e planos de aniquilar Israel, Arafat e ao seus capangas ganhavam respeitabilidade da Igreja Católica.
Em 1974, o Vaticano reconheceu formalmente a Organização de Libertação da Palestina. Em 1993, quase 20 anos depois, a Igreja Católica reconheceu o Estado de Israel.
Quando o presidente da OLP, Yasser Arafat, morreu em 2004, o Papa elogiou o terrorista como um grande líder neste “momento de profundo pesar” e falou com carinho de sua proximidade com a família Arafat.
Enquanto isso, a aceitação de Israel pela Igreja Católica tem sido morna, na melhor das hipóteses. Faz-se todo tipo de campanha para demonizar e deslegitimar o Estado judeu e apoiar a versão árabe-palestina, mesmo após dezenas de atentados suicidas e dezenas de milhares de ataques de foguetes contra território israelense. A Igreja Católica promove a ideia de que a violência palestina é uma reação justificável à “opressão e humilhação” feita pelos israelenses.
Nunca são mencionados os objetivos abertamente declarados do Hamas e do Hezbollah de destruir o Estado judeu. Nenhuma condenação do Vaticano foi feita pelos mais de 11 mil ataques de foguetes que mataram e mutilaram centenas de civis israelenses. Tentativas de Israel de se defender foram caracterizadas como atos de agressão.
Em 2002, no auge da Intifada, a Igreja Católica tolerou e legitimou o terrorismo palestino denominando os ataques contra Israel como um “grito de justiça.” Em um desfile de protesto pró-palestinos em Roma, em 2002, o arcebispo Capucci, que usou sua imunidade do Vaticano no passado para contrabandear armas e explosivos aos terroristas do Fatah, defendeu os terroristas suicidas e afirmou: “Saudações para os filhos da Intifada e aos mártires que irão e lutarão como se estivessem indo para uma festa… Queremos a nossa terra, ou vamos morrer com dignidade… Intifada até a vitória”. Nenhuma crítica ou repercussão veio do Vaticano.
Além do exposto acima, Meotti lista uma infinidade de ONGs católicas, como Trocaire, Pax Christi, Cordaid e Caritas que legitimam as atividades terroristas e demonizam Israel através de campanhas de boicote, desinvestimento e sanções (BDS). As ONGs também comparam o sionismo ao nazismo e organizam eventos em que as barreiras de segurança de Israel, que salvaram vidas judaicas, são rotuladas como “muros de apartheid”.
Ainda hoje, muitos dos mapas do Vaticano de peregrinação dos cristãos e passeios turísticos deixam de mencionar Israel. Em vez disso, a área é chamada de “Terra Santa” ou “Palestina”. A propaganda anti-Israel da Igreja Católica é intensificada pelas excursões que são propositadamente concebidas para projetar no Estado judeu um foco negativo.
Traduzido por Dionei Vieira do artigo do jornal israelense Arutz Sheva: “The Vatican Against Israel”: Review of New Meotti Book
Fonte: www.juliosevero.com
Eis seu artigo:
Em seu novo livro, “O Vaticano Contra Israel: Eu acuso”, Giulio Meotti explora o fundamento teológico de 1.700 anos de inimizade católica em relação aos judeus e como isso acontece contra Israel desde o início do sionismo moderno.
Com a eleição do Papa Francisco em março de 2013 como o Papa de número 266 (Ducentésimo Sexagésimo Sexto) da Igreja Católica, havia muita esperança de que uma reviravolta tão necessária nas relações judaico-católicas finalmente acabaria com séculos de antissemitismo católico e suas campanhas determinadas para sabotar o Estado judaico.
Essas esperanças tomaram forma quando ele, atuando como cardeal da Argentina, manteve laços estreitos com a comunidade judaica local, assistiu aos cultos de Rosh Hashaná (ano-novo judaico), co-organizou a cerimônia do memorial de Kristallnacht (noite dos cristais quebrados, onde sinagogas e lojas de judeus foram destruídas e saqueadas em 9 de novembro de 1938 na Alemanha), e foi a primeira figura pública a condenar o ataque a bomba, na cidade de Buenos Aires, ao Centro Comunitário Judaico de Buenos Aires, praticado em 1994 pelo grupo terrorista islâmico Hezbollah.
Mas o júri ainda está indeciso sobre como o relacionamento vai avançar com o novo papado, especialmente à luz de uma recente reunião do Papa Francisco realizada com um político da Malásia, Anwar Ibrahim, um proeminente agente da Irmandade Muçulmana (Muslim Brotherhood) e fundador da organização de fachada da Irmandade Muçulmana, o Instituto Internacional do Pensamento islâmico.
Em seu novo livro, “O Vaticano Contra Israel: Eu acuso”, Giulio Meotti explora o fundamento teológico de 1.700 anos de inimizade católica em relação aos judeus e como isso acontece contra Israel desde o início do sionismo moderno.
Papa João Paulo 2 com terrorista palestino Yasser Arafat
Essas esperanças tomaram forma quando ele, atuando como cardeal da Argentina, manteve laços estreitos com a comunidade judaica local, assistiu aos cultos de Rosh Hashaná (ano-novo judaico), co-organizou a cerimônia do memorial de Kristallnacht (noite dos cristais quebrados, onde sinagogas e lojas de judeus foram destruídas e saqueadas em 9 de novembro de 1938 na Alemanha), e foi a primeira figura pública a condenar o ataque a bomba, na cidade de Buenos Aires, ao Centro Comunitário Judaico de Buenos Aires, praticado em 1994 pelo grupo terrorista islâmico Hezbollah.
Mas o júri ainda está indeciso sobre como o relacionamento vai avançar com o novo papado, especialmente à luz de uma recente reunião do Papa Francisco realizada com um político da Malásia, Anwar Ibrahim, um proeminente agente da Irmandade Muçulmana (Muslim Brotherhood) e fundador da organização de fachada da Irmandade Muçulmana, o Instituto Internacional do Pensamento islâmico.
Ibrahim manteve vivas as acusações de islamofobia no Ocidente e tem laços estreitos com o imam bósnio Mustafa Ceric, outro membro da Irmandade Muçulmana, que está vinculado ao controverso teólogo islâmico egípcio, Youssef Qaradawi, que foi proibido de entrar em uma série de países ocidentais por causa de numerosas declarações anti-Israel e anti-EUA.
O Papa Francisco pode, de fato, estar lutando contra o peso do passado. A Igreja Católica tem uma extensa história de antissemitismo que começa com a crença de que a destruição da Judéia pelos romanos, a queda de Jerusalém e a destruição do Templo Sagrado, no primeiro século, significavam que Deus estava rejeitando e punindo os judeus.
A queda de Jerusalém, ou a “Cidade do Deicídio” (cidade do assassinato de Jesus, Filho de Deus), está consagrada na liturgia cristã e ensina aos cristãos que eles têm sido os substitutos dos “ramos quebrados” dos judeus e “enxertados no tronco da Aliança.”
Aparentemente uma religião de “amor e bondade”, o Catolicismo tem abrigado animosidade e ódio intenso para com os judeus e foram cúmplices, direta e indiretamente, em muitos crimes e atrocidades contra eles.
Em seu novo livro, “O Vaticano contra Israel: Eu acuso”, Giulio Meotti usa o famoso título que o jornalista Emil Zola cunhou por sua revelação pública do antissemitismo francês que destruiu a vida de Alfred Dreyfus no final do século XIX.
Meotti explora o fundamento teológico de 1.700 anos de inimizade católica em relação aos judeus que levaram a múltiplas ações persecutórias e atrocidades através dos séculos e como ele continua a ocorrer na política da Igreja Católica para com o Estado judeu de hoje.
O Sr. Meotti explica como a Igreja Católica continua a minar os judeus através de sua política, declarações e relação de desprezo com o Estado de Israel. Desde a fundação de Israel em 1948, o Vaticano tem sempre trabalhado contra os melhores interesses do Estado judeu e ajudou e incentivou seus inimigos.
Essa extensa inimizade histórica da Igreja Católica para com os judeus e as atrocidades que a acompanharam, levou a uma aliança chocante de hoje com o islamismo e, mais surpreendentemente ainda, tem impedido a Igreja Católica de ajudar os cristãos perseguidos em todo o mundo muçulmano. Por repudiar suas raízes judaicas e forjar uma aliança estratégica entre muçulmanos e cristãos, a Igreja Católica iniciou um caminho precário para o futuro da Cristandade.
Além disso, o fato de que a Igreja Católica adota a versão muçulmana acerca da Palestina impede que se reconheça um problema muito real que vem colocando em risco a vida de milhares de cristãos em nações de maioria islâmicas.
A Igreja Católica firmemente ignora a realidade por trás da canção muçulmana, “Primeiro as pessoas do sábado, então o povo domingo”, que pela Bíblia une judeus e cristãos como “os infiéis”, isto é, o “Povo do Livro”, fazendo de ambos alvos de violência e repressão. No entanto, para a liderança da Igreja Católica admitir sua vulnerabilidade a esse respeito seria como obrigá-los a conferir legitimidade ao povo judeu em sua terra ancestral de Israel, abandonar a ideia de punição pelo deicídio, e tolerar o insulto final dos judeus, ou seja, o pecado de não seguirem o evangelho de Jesus Cristo.
O Papa Francisco pode, de fato, estar lutando contra o peso do passado. A Igreja Católica tem uma extensa história de antissemitismo que começa com a crença de que a destruição da Judéia pelos romanos, a queda de Jerusalém e a destruição do Templo Sagrado, no primeiro século, significavam que Deus estava rejeitando e punindo os judeus.
A queda de Jerusalém, ou a “Cidade do Deicídio” (cidade do assassinato de Jesus, Filho de Deus), está consagrada na liturgia cristã e ensina aos cristãos que eles têm sido os substitutos dos “ramos quebrados” dos judeus e “enxertados no tronco da Aliança.”
Aparentemente uma religião de “amor e bondade”, o Catolicismo tem abrigado animosidade e ódio intenso para com os judeus e foram cúmplices, direta e indiretamente, em muitos crimes e atrocidades contra eles.
Mão chifrada, como sempre! |
Meotti explora o fundamento teológico de 1.700 anos de inimizade católica em relação aos judeus que levaram a múltiplas ações persecutórias e atrocidades através dos séculos e como ele continua a ocorrer na política da Igreja Católica para com o Estado judeu de hoje.
O Sr. Meotti explica como a Igreja Católica continua a minar os judeus através de sua política, declarações e relação de desprezo com o Estado de Israel. Desde a fundação de Israel em 1948, o Vaticano tem sempre trabalhado contra os melhores interesses do Estado judeu e ajudou e incentivou seus inimigos.
Essa extensa inimizade histórica da Igreja Católica para com os judeus e as atrocidades que a acompanharam, levou a uma aliança chocante de hoje com o islamismo e, mais surpreendentemente ainda, tem impedido a Igreja Católica de ajudar os cristãos perseguidos em todo o mundo muçulmano. Por repudiar suas raízes judaicas e forjar uma aliança estratégica entre muçulmanos e cristãos, a Igreja Católica iniciou um caminho precário para o futuro da Cristandade.
Além disso, o fato de que a Igreja Católica adota a versão muçulmana acerca da Palestina impede que se reconheça um problema muito real que vem colocando em risco a vida de milhares de cristãos em nações de maioria islâmicas.
A Igreja Católica firmemente ignora a realidade por trás da canção muçulmana, “Primeiro as pessoas do sábado, então o povo domingo”, que pela Bíblia une judeus e cristãos como “os infiéis”, isto é, o “Povo do Livro”, fazendo de ambos alvos de violência e repressão. No entanto, para a liderança da Igreja Católica admitir sua vulnerabilidade a esse respeito seria como obrigá-los a conferir legitimidade ao povo judeu em sua terra ancestral de Israel, abandonar a ideia de punição pelo deicídio, e tolerar o insulto final dos judeus, ou seja, o pecado de não seguirem o evangelho de Jesus Cristo.
A Igreja Católica e a Morte de Jesus
Em seu livro, o Sr. Meotti explica que os sentimentos antissemitas foram fundados nos pronunciamentos da Igreja Católica de que os judeus são responsáveis pela morte de Jesus. Ele mostra como, até muito recentemente, a Igreja Católica ensinava que a história judaica terminou quando apareceu o Cristianismo e que os judeus eram um povo amaldiçoado que matou Jesus, rejeitou o evangelho de Cristo e foi destinado a vagar pela terra por toda a eternidade.
Líderes religiosos católicos tomaram a posição de que a Igreja Católica constitui o “novo Israel” e os judeus foram para sempre abandonados por Deus. É essa doutrina teológica arraigada, diz ele, que provocou a expulsão dos judeus em toda a Europa, a criação dos guetos e a marginalização da comunidade judaica, a cobrança de multas pesadas sobre os judeus, as conversões forçadas, os sequestros de crianças judias para serem criadas como cristãos, o confisco de propriedade judaica (incluindo sinagogas transformadas em igrejas) e a tortura e assassinato de judeus.
Ações antissemitas em massa incluíram as Cruzadas, a Inquisição, os pogroms russos (massacre e perseguição dos judeus pelo Império Russo) e, finalmente, o Holocausto, que aniquilaram um terço dos judeus do mundo.
O livro de Meotti revela que não apenas essas ações, mas o genocídio que foi o Holocausto, foram possíveis pelo ambiente fértil de antissemitismo criado ao longo dos séculos pela Igreja Católica.
A Igreja e a Segunda Guerra Mundial
Em “O Vaticano contra Israel”, o autor examina como a Igreja Católica continuou a ser uma parceira disposta e ansiosa na destruição do povo judeu na era moderna.
A Igreja Católica ajudou a promulgar o embuste antissemita de um plano judeu para a dominação global, conforme estabelecido nos Protocolos dos Sábios de Sião. A primeira tradução dessa calúnia sanguinária foi traduzida por cristãos árabes e publicada por um jornal da comunidade católica em Jerusalém, em 1926.
Quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, o Vaticano foi o primeiro Estado a reconhecer formalmente a legitimidade do Terceiro Reich e manteve relações diplomáticas com o governo nazista até o final da guerra.
O Sr. Meotti relata que, durante o Holocausto, o enviado britânico à Santa Sé proveu relatórios diários sobre as atrocidades nazistas. Meotti revela que o Papa Pio XII optou por permanecer em silêncio e resistiu a muitos pedidos de ajuda do povo judeu. Enquanto os judeus eram mortos em câmaras de gás em toda a Europa, a maioria das igrejas cristãs foi negligente ao não agir. Alguns até colaboraram com os nazistas.
Surpreendentemente, em 1943, no auge do genocídio dos judeus, Pio XII reafirmou em sua encíclica, Mystici Corporis Christi (Corpo Místico de Cristo), a superação do Cristianismo sobre o judaísmo e a substituição da Bíblia judaica, que tinha sido abolida, pela Bíblia cristã.
No final da II Guerra Mundial, no mais vil desrespeito à memória de milhões de pessoas que morreram durante o genocídio nazista, o Vaticano protegeu do Ministério Público uma série de nazistas, com efeito, concedendo uma aprovação tácita para as ações desses carniceiros nazistas. Os criminosos de guerra, incluindo Adolph Eichmann, Dr. Joseph Mengele, Klaus Barbie, Franz Stangl, e outros fugiram através da Itália com o apoio da rede católica.
O Sr. Meotti relata que o apoio do Vaticano e a admiração para com os nazistas não terminou aí. Em 1994, o Papa João Paulo II conferiu o título de cavaleiro papal ao comprovado criminoso nazista de guerra Kurt Waldheim, que depois da Segunda Guerra Mundial tornou-se Secretário-Geral das Nações Unidas. A honra papal, dada apesar de uma bem-conhecida “controvérsia 1985” sobre o passado nazista de Waldheim, foi na prática como cuspir na memória das vítimas do Holocausto, os sobreviventes e os seus descendentes.
Para conferir ainda mais vergonha às suas ações, o Vaticano reconheceu “os esforços de paz” de Waldheim, demonizando Israel por se defender contra o terrorismo árabe-palestino ocorrido durante o mandato de Waldheim como Secretário-Geral. Ao acolher Waldheim no Vaticano como um visitante de honra, o Vaticano estava simbolicamente limpando-o da mancha de seus crimes do Holocausto e glorificando o seu trabalho em nome da ONU para destruir o Estado judeu.
A Igreja Católica e a criação do Estado judeu
Em “O Vaticano contra Israel”, o autor revela como a Igreja Católica inicialmente lutou contra o mandato britânico para a Palestina, que estabeleceu Israel e, depois de sua fundação, demonizou e deslegitimou a existência de Israel.
Até mesmo quando os judeus estavam sendo mortos em câmaras de gás durante o Holocausto, a Igreja Católica estava obcecada com o objetivo de deter a criação de Israel e o retorno dos judeus à sua terra ancestral, porque isso vai contra a teologia da Igreja Católica de que os judeus foram condenados a ficar eternamente sem pátria pelo seu crime de deicídio há quase 2000 anos.
A Igreja Católica estridentemente manteve a posição de que o sionismo era anti-cristão e anti-católico e que o único caminho para a salvação era através da conversão.
A Igreja Católica estridentemente manteve a posição de que o sionismo era anti-cristão e anti-católico e que o único caminho para a salvação era através da conversão.
A fundação definitiva do Estado judeu foi problemática para a Igreja Católica porque invalidava sua teologia da substituição e sua doutrina sobre o povo judeu — que todos os judeus das gerações vindouras deveriam ser amaldiçoados e punidos por deicídio. Em 1904, o Papa Pio X disse para Theodore Herzl, fundador do sionismo, que ele nunca aprovaria o movimento sionista assim como “os judeus não reconheceram nosso Senhor.”
Em 1965, 1.700 anos depois que a Igreja Católica havia condenado os judeus por toda a eternidade, o Vaticano emitiu a declaração papal “Nostra Aetate”, liberando os judeus de hoje da responsabilidade pela morte de Cristo. No entanto, o documento não pede desculpas pelo seu passado de antissemitismo cristão e não validou o judaísmo ou reconheceu o Estado judeu, que até então já existia há 17 anos.
Em 1965, 1.700 anos depois que a Igreja Católica havia condenado os judeus por toda a eternidade, o Vaticano emitiu a declaração papal “Nostra Aetate”, liberando os judeus de hoje da responsabilidade pela morte de Cristo. No entanto, o documento não pede desculpas pelo seu passado de antissemitismo cristão e não validou o judaísmo ou reconheceu o Estado judeu, que até então já existia há 17 anos.
A Igreja Católica e os árabes muçulmanos
Quanto à participação política na guerra árabe-muçulmana contra Israel, Meotti descreve como o Vaticano construiu uma causa comum com os árabes-palestinos, apoiando suas reivindicações apócrifas ao território e até mesmo perdoando atos de terrorismo.
O Papa João Paulo II foi mais longe ao publicamente promover a ideia de um holocausto iniciado pelos israelenses, com base, na verdade, em relatos falsificados sobre a opressão dos israelenses aos palestinos.
O Papa João Paulo II concedeu várias audiências a Yasser Arafat, o pai do terrorismo moderno e o chefe da Organização de Libertação da Palestina (OLP), que tinha ordenado e executado ataques contra civis judeus e estava buscando publicidade e legitimidade no cenário mundial. Enquanto proclamavam abertamente ódio aos judeus e planos de aniquilar Israel, Arafat e ao seus capangas ganhavam respeitabilidade da Igreja Católica.
Líder católico com terrorista palestino Yasser Arafat
Em 1974, o Vaticano reconheceu formalmente a Organização de Libertação da Palestina. Em 1993, quase 20 anos depois, a Igreja Católica reconheceu o Estado de Israel.
Quando o presidente da OLP, Yasser Arafat, morreu em 2004, o Papa elogiou o terrorista como um grande líder neste “momento de profundo pesar” e falou com carinho de sua proximidade com a família Arafat.
Enquanto isso, a aceitação de Israel pela Igreja Católica tem sido morna, na melhor das hipóteses. Faz-se todo tipo de campanha para demonizar e deslegitimar o Estado judeu e apoiar a versão árabe-palestina, mesmo após dezenas de atentados suicidas e dezenas de milhares de ataques de foguetes contra território israelense. A Igreja Católica promove a ideia de que a violência palestina é uma reação justificável à “opressão e humilhação” feita pelos israelenses.
Nunca são mencionados os objetivos abertamente declarados do Hamas e do Hezbollah de destruir o Estado judeu. Nenhuma condenação do Vaticano foi feita pelos mais de 11 mil ataques de foguetes que mataram e mutilaram centenas de civis israelenses. Tentativas de Israel de se defender foram caracterizadas como atos de agressão.
Em 2002, no auge da Intifada, a Igreja Católica tolerou e legitimou o terrorismo palestino denominando os ataques contra Israel como um “grito de justiça.” Em um desfile de protesto pró-palestinos em Roma, em 2002, o arcebispo Capucci, que usou sua imunidade do Vaticano no passado para contrabandear armas e explosivos aos terroristas do Fatah, defendeu os terroristas suicidas e afirmou: “Saudações para os filhos da Intifada e aos mártires que irão e lutarão como se estivessem indo para uma festa… Queremos a nossa terra, ou vamos morrer com dignidade… Intifada até a vitória”. Nenhuma crítica ou repercussão veio do Vaticano.
Além do exposto acima, Meotti lista uma infinidade de ONGs católicas, como Trocaire, Pax Christi, Cordaid e Caritas que legitimam as atividades terroristas e demonizam Israel através de campanhas de boicote, desinvestimento e sanções (BDS). As ONGs também comparam o sionismo ao nazismo e organizam eventos em que as barreiras de segurança de Israel, que salvaram vidas judaicas, são rotuladas como “muros de apartheid”.
Ainda hoje, muitos dos mapas do Vaticano de peregrinação dos cristãos e passeios turísticos deixam de mencionar Israel. Em vez disso, a área é chamada de “Terra Santa” ou “Palestina”. A propaganda anti-Israel da Igreja Católica é intensificada pelas excursões que são propositadamente concebidas para projetar no Estado judeu um foco negativo.
Guias palestinos focam exclusivamente em visitas controladas para os territórios palestinos e em incutir o ódio a Israel ao distorcer os fatos e garantir que os turistas voltem para seus países em permanente estado de ignorância da verdadeira natureza do Estado judaico, a única democracia na região.
Meotti, nesse excelente relato da história do Vaticano, profetiza que as ações da Igreja Católica para com os judeus e Israel irá resultar em consequências trágicas para judeus e cristãos. Ao atacar Israel e resistir em fazer laços significativos com os judeus e com o Estado judeu em favor de uma aliança mortal entre cristãos e muçulmanos, a Igreja Católica está plantando as sementes de sua própria destruição.
Meotti, nesse excelente relato da história do Vaticano, profetiza que as ações da Igreja Católica para com os judeus e Israel irá resultar em consequências trágicas para judeus e cristãos. Ao atacar Israel e resistir em fazer laços significativos com os judeus e com o Estado judeu em favor de uma aliança mortal entre cristãos e muçulmanos, a Igreja Católica está plantando as sementes de sua própria destruição.
O futuro para os cristãos é revelado de forma claríssima pelo que acontece com as populações que diminuíram drasticamente em Belém, Ramallah, Gaza, e na “Cisjordânia”, onde os cristãos são usados como escudos humanos e os lares cristãos servem como locais de lançamento de foguetes.
Em todos os países muçulmanos do Oriente Médio, os cristãos estão sendo massacrados e expulsos da terra. Os ataques a bomba às lojas cristãs, escolas e igrejas, e a tortura e o assassinato de pastores tornaram-se um acontecimento quase diário, ele mostra.
Esse é o futuro que aguarda a Igreja Católica e seus seguidores cristãos se persistirem no alinhamento com os muçulmanos e não conseguirem superar seus atos antissemitas históricos e atuais.
Em todos os países muçulmanos do Oriente Médio, os cristãos estão sendo massacrados e expulsos da terra. Os ataques a bomba às lojas cristãs, escolas e igrejas, e a tortura e o assassinato de pastores tornaram-se um acontecimento quase diário, ele mostra.
Esse é o futuro que aguarda a Igreja Católica e seus seguidores cristãos se persistirem no alinhamento com os muçulmanos e não conseguirem superar seus atos antissemitas históricos e atuais.
Traduzido por Dionei Vieira do artigo do jornal israelense Arutz Sheva: “The Vatican Against Israel”: Review of New Meotti Book
Fonte: www.juliosevero.com
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