Por Antognoni Misael
Uma das canções do Thalles Roberto mais
interessantes que eu acho é a de título “Dias de Sucesso”. Nesta canção,
o autor diz algumas frases confessionais como “eu não posso esquecer quem eu
sou” e “a glória que eu recebo eu te dou”. Só que, lamentavelmente, o Thalles
tem se perdido por não saber definitivamente quem é, no que está crendo e no que
anda fazendo por aí. Terminantemente, os tais “dias de sucesso” do querido
cantor tem o levado para um caminho, talvez sem volta.
Em maio de 2012, relembremos, Thalles foi
ungido pastor por ninguém menos do que sumo ungido (#SQN) Apóstolo (#FAIL)
Estevam Hernandes. Naquele episódio escrevi sobre o despreparo de alguns
cantores do gospel: “Infelizmente, em muitos casos, após se tornarem astros,
ricos, famosos, muitos buscam ou a insubmissão de líderes e se auto promovem a
pastor, ou tomados por uma má orientação decidem, sem preparo teológico algum,
serem além de cantores, pregadores de púlpito sem qualquer chamado.”
Bem, o que isto tem a ver? Tem a ver por que
não consigo entender como o Thalles em pouco mais de dois anos e quatro meses,
cuja agenda fora lotada de shows, conseguiu preparo suficiente para se tornar um
pastor, daquele que maneja bem a palavra e dedica-se ao seu rebanho; e segundo,
porque as más companhias corrompem os bons costumes (1 Co 15.33), a saber que,
nesse caso, iniciar ao lado do apóstolo “renascido do dólar”, foi uma péssima
opção.
Vamos aos fatos (e talvez você faça alguma
conexão com o discipulado “padrão gospel” que o Thalles recebera nestes dois
anos e meio (quase) de ministério (gospel) e o campo minado por onde ele tem
andado.
Bem, os que estão acompanhando a seção de
heresias da Renascer devem ter visto estes banners abaixo da campanha “12
bençãos para o mês de setembro” – um verdadeiro festival de adultério
espiritual.
Ainda na página da Renascer, encontramos o Thalles Roberto ao lado do Ap.
Estevam, capitaneando “o louvor” às margens do Rio Jordão, num típico batismo
“místico-turístico”, que tem efervescido o comercio de viagens a terra santa em
denominações, em sua maioria, neopentecostais. Nesta mesma viagem a Israel, ao
que os fatos indicam, Thalles postou uma foto próximo ao local que ocorrera a
multiplicação de peixes e, com uma “autoridade profética”, possivelmente
motivada de suas relações “discipulares” oriundas do meio em que convive,
profetizou multiplicação sobre a vida de seus fãs e seguidores.
Em outra foto, que me preocupou mais ainda, o
Thalles juntamente com sua esposa e com a cantora Damares se mostram no Rio
Jordão realizando, segundo ele mesmo postou, os “sete mergulhos proféticos de
Naamã”.
“Junto com minha esposa e a Damares
mergulhando no Rio Jordão , onde o nosso Senhor Jesus foi Batizado! Nesse
momento estávamos fazendo os sete mergulhos proféticos de NAAMÃ!”
Cruzes!? Como
assim?
Súditos leitores, não dá pra entender o
significado deste mergulho de modo algum, pela simples razão de que em Cristo
somos livres das amarras dos do pecado, da escravidão da Lei, e de qualquer rito
místico velho-testamentário. Em Cristo, as experiências vividas pelos antigos
profetas não nos cabem, a saber, que a Graça de Deus nos rege e nos preenche de
significados, pois em Cristo temos uma nova vida, agora pautada no mistério
revelado e na selagem do Espírito Santo em nós. Pra quê isso então?!
As duas rápidas ponderações que faço diante
deste ato nonsense é que:
1) Thalles, sua esposa, e Damares não
estavam leprosos, por isso - nem de perto - dá pra encontrar significado
para repetição de tal mergulho; “Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo:
Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás
purificado.” [2 Reis 5:10]
A purificação de Naamã não era uma purificação
espiritual ou uma espécie de revestimento para que este resistisse às tentações
da carne ou as ciladas malignas (se é que não foi este o sentido que o Thalles
tentou ressignificar), pois note: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete
vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne
de um menino, e ficou purificado” (2 Reis 5:14)
Tentar fazer alguma conexão entre a cura da
lepra de Naamã com algum ato profético é simplesmente, loucura!
2) Thalles, sua esposa, e a Damares
precisam entender que este evento planejado soberanamente por Deus não tinha
como foco a cura ou a purificação física ou espiritual, mas sim a própria
salvação de Naamã: “Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva,
e chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra
não há Deus senão em Israel” [2 Reis 5:15(a)]
Notemos que na confissão veemente de Naamã ao
aceitar a fé israelita, ele estava não só reconhecendo o poder do Deus Israel,
mas tendo um encontro com o único Deus. O cerne deste evento, repito, era a
Glória de Deus perante a quebra do orgulho e altivez de Naamã e a sua posterior
salvação. Portanto, não existe respaldo e/ou garantia bíblica alguma que faça
com que Deus, ao observar alguns homens repetindo bizarros mergulhos no Rio
Jordão em menção a Naamã, recebam alguma porção dobrada, unção específica,
revestimento, ou qualquer autoridade similar a que Naamã detinha frente a sua
posição social, ou espiritual.
Oremos por estes irmãos que ao invés de olharem
para Cruz enfiam suas faces em baixo da água. E se você leitor, é fã do Thalles,
humildemente lhe aconselho: ore por ele, e mais... analise suas canções
cuidadosamente e observe o que ele tem dito, feito e com quem ele tem andado.
Vigie para que o Evangelho não venha se tornar uma caricatura de idolatria e
anátema - tudo isso encharcado por uma perigosa admiração musical, empolgação
religiosa ou puro modismo.
Que o Senhor tenha misericórdia.
***
Antognoni Misael, via Arte de Chocar.
Só pra não esquecer do que o Thalleco é capaz:
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