Comitê de campanha em SP amanheceu com portas fechadas e segurança privada na porta
SÃO PAULO - Após fazer declarações homofóbicas durante o penúltimo debate presidencial, o candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, vai pedir proteção à Polícia Federal nesta reta final das eleições. No domingo à noite, Fidelix atacou a comunidade LGBT, gerando uma série de protestos nas redes sociais. Coletivos contra a homofobia já anunciaram que vão fazer atos contra o candidato. No comitê de campanha da legenda, na Alameda dos Tupiniquins, em Moema, Zona Sul de São Paulo, os portões permanecem fechados com segurança privada na porta.
— Tudo que eu tinha para falar eu já falei ontem — se limitou a dizer no final da tarde Fidelix.
Segundo o advogado Marcelo Duarte, que representa o candidato, Levy Fidelix não irá se pronunciar sobre o assunto. Duarte anunciou que o pedido é para garantir a segurança de Fidelix:
— Como candidato, ele tem este direito. Até hoje ele não o fez por não achar necessário, mas as circunstâncias mudaram — explicou o advogado afirmando que o candidato não vai se retratar sobre a questão. — Não há do que se retratar. Meu cliente disse que prefere eles de um lado e ele do outro. Isso não é crime.
Durante o debate da rede Record, a candidata Luciana Genro (PSOL) questionou o candidato sobre as políticas públicas dele para sobre união homoafetiva e políticas públicas relacionadas à comunidade LGBT. Levy polemizou ao relacionar homossexualidade à pedofilia na resposta:
Durante todo o dia, grupos de direitos LGBT se manifestaram contra as posições defendidas por Levy.
Desde o início da manhã desta segunda-feira, Levy Fidelix está isolado no segundo andar da sede nacional do PRTB. O vai e vem de assessores e colaboradores é intenso. O medo de represálias fez com que todas as placas e propagandas instaladas próximos ao imóvel da Alameda dos Tupiniquins fossem retiradas.
Os carros do candidato que estavam estacionados na rua foram recolhidos à garagem da sede do PRTB. Pelo menos outros quatro carros estacionados na via tiveram sua propaganda removida. Uma placa de um metro e meio posicionada na frente da entrada principal do imóvel com a imagem de Fidelix com sua filha Lívia, candidata à Câmara dos Deputados foi guardada.
O candidato do PRTB, que defendeu posições homofóbicas durante o penúltimo debate presidencial realizado no domingo à noite, só está recebendo os aliados mais próximos. Oficialmente, a restrição é por conta da data. Segundo funcionários da legenda, hoje, Levy está fechando pessoalmente as contas da campanha.
O Globo
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