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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Miséria aumentou em 2013, mas Ipea omitiu dado durante campanha eleitoral

Marcelo Neri. Fonte: GLOBO

A coisa é duplamente ruim: primeiro, a informação de que a miséria aumentou no país em 2013, interrompendo uma queda que vinha desde 2004; segundo, o fato de um instituto que deveria ser independente do governo optar por omitir esse dado em época de campanha eleitoral. Então o eleitor não tinha o direito de saber dessa informação antes de votar?

Marcelo Neri, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, defendeu a postura do Ipea e disse que a decisão foi autônoma: “Não houve nenhum estudo ‘segurado’. Existe uma decisão a priori, feita de forma autônoma pela Ipea, para resguardar a instituição durante o período eleitoral porque existem restrições sobre a capacidade de divulgar dados, existem limitações jurídicas, e o Ipea decidiu de forma autônoma, sem interveniência, foi uma decisão da diretoria do Ipea”.

Há controvérsias. Muitas controvérsias! Reinaldo Azevedo já desafiou Neri e mostrar qual lei impediria tal divulgação. Não obteve resposta, que eu saiba. Quando analisamos o histórico de Neri, a desconfiança aumenta. Foi o responsável pela criação da “nova classe média”, ao reduzir os valores reais necessários para se fazer parte do grupo. Hoje, favelados que ganham menos de R$ 1,8 mil (renda da família) são considerados classe média.

O Brasil ainda é um país com muita miséria, bem diferente da maravilha pintada durante a campanha de Dilma. Mais de 10 milhões de pessoas na extrema pobreza é algo chocante. E o fato de essa quantidade ter aumentado em quase 400 mil pessoas em 2013 é alarmante. O Ipea tenta minimizar o problema, mas não deveria, e só o faz por já ser completamente politizado e partidário.

Infelizmente, temos um governo que celebra o aumento na quantidade de dependentes do assistencialismo estatal, em vez de focar na melhoria do ambiente econômico para produzir mais riqueza e emprego. Temos, ainda, uma classe de formadores de opinião obcecada com a desigualdade social, que trata riqueza como jogo de soma zero, em vez de focar no nível de miséria em si.

Classe média?

Não precisamos tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres, e sim criar um ambiente favorável para que os mais ricos produzam mais riqueza e, com isso, elevem a maré toda, puxando aqueles do andar de baixo. Foi assim que os países desenvolvidos reduziram a miséria absoluta. É por isso que a classe média americana de hoje vive com acesso a mais conforto material do que um nobre do passado, ou mesmo um rico brasileiro.

Bancar o Robin Hood e fazer apenas transferência de recursos, cobrando enorme pedágio no processo, jamais foi receita para deixar a pobreza para trás. Nenhum país ficou rico e se desenvolveu dessa forma. Dado o nível de miséria que ainda temos, pode ser necessário um assistencialismo emergencial sim. Desde que descentralizado, com estratégia de saída, e incentivando a produtividade, não o parasitismo. Tudo aquilo que o PT não fez…
O resultado está aí: a miséria já voltou a subir depois que os ventos externos pararam de soprar a nosso favor. O governo do PT torrou o bilhete de loteria que ganhamos com o crescimento chinês e a abundância de liquidez no mundo. Agora é hora da fatura. Os mais pobres vão sofrer mais, como sempre.

O governo vai tentar esconder a realidade, especialmente se for época de eleição. E os eleitores do PT da elite vão repetir que votam no partido porque se importam com os mais pobres, ignorando toda a evidência contrária. Quando os fatos negam a teoria, para o inferno com os fatos!

Rodrigo Constantino

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