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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Lei e Ordem - Rio: onde o Uber é proibido por lei e o Waze, pelo crime


Um engano fez desabar uma tragédia sobre uma união feliz de quase meio século”, começa a reportagem do GLOBO sobre a empresária baleada e morta numa favela de Niterói ao errar o caminho por conta do aplicativo Waze.

O caso não é isolado, infelizmente. O Rio, repleto de favelas dominadas por bandidos (desde os tempos de Brizola), tornou-se um lugar selvagem em que motoristas não podem mais confiar nas rotas dos aplicativos, que não foram criados para prever traficantes armados.


“Nós temos o direito de ir e vir para onde quisermos, mas isso é cerceado pelo próprio governo, e, no fim, a culpa acaba sendo da vítima, que, inadvertidamente, vai parar numa favela”, desabafa um amigo de Regina, a empresária morta pelos bandidos.

A mentalidade do carioca já está tão transformada pelo cotidiano de violência e pela narrativa de esquerda que, de fato, muita gente acaba culpando as vítimas pelos crimes.

 “Também, quem mandou usar relógio bom na praia?!”; “por que resolveu confiar num aplicativo?”; “tinha que circular com uma bike tão cara por aí?”; “com esse carrão você está pedindo para ser assaltado!”; etc.

O carioca perdeu o senso do absurdo. Neste sábado, resolvi dar uns tiros com um amigo, e coloquei no Waze o endereço do stand de tiros mais próximo de minha casa, em Weston. Ele errou o caminho, me mandou para uma igreja (algum sinal divino?). Detalhe: tinha um relógio de marca famosa no pulso. Pergunta: o leitor acha que fiquei tenso por um só segundo?

Pela primeira vez na vida dei tiros com um fuzil. Segundo meu amigo, tenho um talento natural, e acertei vários tiros no alvo. Percebam a diferença: qualquer um pode chegar e dar tiros com um fuzil nos Estados Unidos, país bem mais seguro que o Brasil, que tem leis infinitamente mais restritivas às armas. Aqui na Flórida, atirar com fuzil é lazer, programa de fim de semana familiar. Enquanto isso, nas favelas cariocas esse armamento pesado é predominante, nas mãos de marginais.

Está tudo trocado, tudo invertido em nosso país, em nossa “cidade maravilhosa”. A narrativa esquerdista transforma bandidos em vítimas, vítimas em culpados. As armas são tidas como as responsáveis pelos crimes, não os indivíduos. E uma tecnologia fantástica como a do Waze, desenvolvida em Israel, sequer pode ser usada no Rio, pois é perigoso demais.

Ficamos, então, assim: a cidade proíbe o uso do Uber, para garantir a reserva de mercado dos taxistas, e o crime veta o uso do Waze, pois a qualquer momento você pode errar o caminho e se deparar com traficantes fortemente armados que atiram para matar, seguros da impunidade. E tudo isso visto como normal, como parte do cotidiano do carioca. 

O segredo é evitar os locais perigosos, cada vez em maior quantidade. Daqui e pouco todos terão de ficar em suas casas, e mesmo assim não haverá segurança.

Mas ai de quem elogiar ou quiser passar um tempo em Miami: “coxinha” com complexo de vira-lata! Legal mesmo é viver na selva carioca, com muita adrenalina, onde a cada esquina você pode encontrar uma “pobre vítima da sociedade” com uma arma ilegal na mão, enquanto o cidadão ordeiro é tratado como bandido pelo governo e não pode sequer se defender. 

O Brasil cansa…

Rodrigo Constantino

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