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sexta-feira, 17 de março de 2017

De carne podre a salmonella, confira as irregularidades cometidas por frigoríficos


A Operação Carne Fraca deflagrada nesta sexta-feira (17) pela Polícia Federal (PF) aponta um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com pagamento de propina aos fiscais, os empresários das empresas Seara, BRF e JBS encaminhavam ao mercado carnes podres, com alto índice de bactéria Salmonella, produtos com excesso de água e vencidos e reembalados, entre outras irregularidades.

Segundo o superintendente da PF, um dos empresários chegou a negociar autorização para abrir um abatedouro de cavalos para venda da carne no Paraná. A propina prevista era de R$ 300 mil.

Alimentos 

De acordo com a Polícia Federal, os empresários colocavam produtos cancerígenos nas carnes que estavam podres para melhorar o cheiro e a aparência, possibilitando a venda nos supermercados. Além disso, carnes com a bactéria Salmonella, altamente prejudicial para o ser humano e imprópria para consumo era vendida ou reutilizada para fazer alimentos como mortadela. 

As que estavam vencidas há três meses eram colocadas em novas embalagens e vendidas com a data de validade adulterada. Também ocorreram a inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas; assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Mapa, sem checagem in loco.

Produto estava dentro do prazo de validade

No despacho, a Polícia Federal questionou a possibilidade de chamar os produtos vendidos de alimentos. “se é que se pode chamar de alimento algo composto por restos não mais aptos ao consumo humano”.

Em perícia, foram encontradas carnes estragadas em conhecidos supermercados de Curitiba e Região Metropolitana. Entre as marcas que vendem carnes irregulares estão Pecin e Master Carnes.

Merenda escolar

Frangos abatidos em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, também estavam contaminados com a bactéria Salmonela, de acordo com a análise, e eram encaminhados para merenda escolar em Curitiba. 

Também havia adulteração em suplementos de proteína que deveriam ser adicionados à carne e que eram trocados por versões mais baratas, que não tinham o mesmo efeito benéfico, segundo a PF. Carnes infectadas também foram destinadas à exportação.

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