Marlene Garcia atualmente alimenta mais de 230 crianças no projeto Reviver.
(Foto: Folha de S. Paulo - Marlene Bergamo)
Aos 59 anos, Dona Marlene Garcia já deixou no passado seu trabalho de empregada doméstica, mas hoje cuida de sua nova missão, que é alimentar cerca de 230 crianças no Morro da Macumba - favela com cerca de 10 mil moradores, em São Paulo.
Mas esta missão (que originou o projeto Reviver) já existe há alguns anos. Ao final dos anos 90, a guerra entre traficantes já atormentava o Morro e crianças eram usadas como soldados (ou como escudos) pelas gangues.
A fome também já era um sério problema na comunidade, o que acabou movendo o coração de Dona Marlene e a levou assumir as vidas dessas crianças como uma missão.
"Tenho dó de criança, não sei por que, começou do nada. Vejo uma com fome, pobrezinha, quero trazer para cá", contou a ex-diarista, em depoimento à Folha de S. Paulo.
Um dia em 1995, Marlene estava trabalhando em uma padaria e levou os pães que sobraram da loja para distribuir às crianças na favela. Uma fila enorme se formou.
Evangélica, Marlene contou com a ajuda de sua filha para levar as crianças para a igreja e conseguiu aulas de teatro e música para os pequenos. Mas não perdeu de vista a necessidade que elas tinham de se alimentar.
"Uma hora eu percebi que elas queriam mesmo era comer, porque não tinham comida em casa", contou.
Coragem
Apesar de conseguir levar as crianças para a igreja e alimentá-las da forma que conseguia, o tráfico de drogas ainda era uma parte difícil da realidade dos pequenos.
Foi ainda no final dos anos 90 que Dona Marlene tomou coragem e - por intermédio de sua filha - foi fazer uma exigência ousada para o traficante que dominava a região na época.
"Fui falar com um chefe do tráfico e pedi para ele nunca mais usar uma criança. Ele aceitou", contou Vanessa, que teve o incentivo de sua mãe. "
Desamparados
Além dos problemas que já sofreu - e ainda sofre - com o tráfico de drogas e a fome, outros problemas como a falta de saneamento básico ainda preocupam as famílias da comunidade. Centenas de casas no Morro ainda passam por isso. Muitas das crianças alimentadas por Marlene ainda não têm banheiro em casa e acabam usando latinhas para fazerem suas necessidades.
"Nossa comunidade é abandonada, politicamente. Nenhum político volta", contou Vanessa, se referindo ao contraste entre períodos de campanha eleitoral e os de mandatos políticos.
O tráfico de drogas e a criminalidade continua a ser um problema que atinge, não apenas os jovens envolvidos no crime, mas também as famílias destes. Muitas das crianças são filhas de traficantes ou presidiários.
Dona Marlene contou que seu projeto acolhe todas as crianças, sem discriminá-las pelo o que os pais fazem.
"Aqui a gente recebe as crianças mais pobres. A criança não tem culpa se o pai é bandido. Toda criança é boa", afirmou.
Propósito firmado
Dona Marlene ressaltou que a inspiração do projeto Reviver hoje não tem outra fonte, senão a Bíblia.
"Reviver é como como se você estivesse num vale de ossos secos. Você faz força para se levantar. Então você se levanta, revive e vai procurar emprego", explicou.
Mas esta missão (que originou o projeto Reviver) já existe há alguns anos. Ao final dos anos 90, a guerra entre traficantes já atormentava o Morro e crianças eram usadas como soldados (ou como escudos) pelas gangues.
A fome também já era um sério problema na comunidade, o que acabou movendo o coração de Dona Marlene e a levou assumir as vidas dessas crianças como uma missão.
"Tenho dó de criança, não sei por que, começou do nada. Vejo uma com fome, pobrezinha, quero trazer para cá", contou a ex-diarista, em depoimento à Folha de S. Paulo.
Um dia em 1995, Marlene estava trabalhando em uma padaria e levou os pães que sobraram da loja para distribuir às crianças na favela. Uma fila enorme se formou.
Evangélica, Marlene contou com a ajuda de sua filha para levar as crianças para a igreja e conseguiu aulas de teatro e música para os pequenos. Mas não perdeu de vista a necessidade que elas tinham de se alimentar.
"Uma hora eu percebi que elas queriam mesmo era comer, porque não tinham comida em casa", contou.
Coragem
Apesar de conseguir levar as crianças para a igreja e alimentá-las da forma que conseguia, o tráfico de drogas ainda era uma parte difícil da realidade dos pequenos.
Foi ainda no final dos anos 90 que Dona Marlene tomou coragem e - por intermédio de sua filha - foi fazer uma exigência ousada para o traficante que dominava a região na época.
"Fui falar com um chefe do tráfico e pedi para ele nunca mais usar uma criança. Ele aceitou", contou Vanessa, que teve o incentivo de sua mãe. "
Dona Marlene com crianças que atende em seu projeto. (Foto: O Tempo)
Desamparados
Além dos problemas que já sofreu - e ainda sofre - com o tráfico de drogas e a fome, outros problemas como a falta de saneamento básico ainda preocupam as famílias da comunidade. Centenas de casas no Morro ainda passam por isso. Muitas das crianças alimentadas por Marlene ainda não têm banheiro em casa e acabam usando latinhas para fazerem suas necessidades.
"Nossa comunidade é abandonada, politicamente. Nenhum político volta", contou Vanessa, se referindo ao contraste entre períodos de campanha eleitoral e os de mandatos políticos.
O tráfico de drogas e a criminalidade continua a ser um problema que atinge, não apenas os jovens envolvidos no crime, mas também as famílias destes. Muitas das crianças são filhas de traficantes ou presidiários.
Dona Marlene contou que seu projeto acolhe todas as crianças, sem discriminá-las pelo o que os pais fazem.
"Aqui a gente recebe as crianças mais pobres. A criança não tem culpa se o pai é bandido. Toda criança é boa", afirmou.
Propósito firmado
Dona Marlene ressaltou que a inspiração do projeto Reviver hoje não tem outra fonte, senão a Bíblia.
"Reviver é como como se você estivesse num vale de ossos secos. Você faz força para se levantar. Então você se levanta, revive e vai procurar emprego", explicou.
Phonte: Guia-me
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!