O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (21) que um "alarde" em torno da operação Carne Fraca causou "embaraço econômico" para o país. Ele, porém, disse que há uma "insignificância" nos números revelados pelas investigações.
A operação, deflagrada na última sexta (17), investiga irregularidades na fiscalização de frigoríficos no país que, de acordo com a polícia, prejudicaram a qualidade do produto. Nesta segunda, alguns países anunciaram suspensão temporária da importação da carne brasileira, entre eles a União Europeia, Coreia do Sul e China. Na manhã desta terça, foi a vez de Hong Kong anunciar a suspensão.
Temer falou sobre a operação durante discurso, em Brasília, em um evento organizado pelo Council of the Americas e pela Apex (Agência Brasileira de Promoção às Exportações).
"Houve um grande alarde nos últimos dias em relação à carne brasileira. Evidentemente que isso causa, não posso deixar de registrar, um embaraço econômico para o país, porque alguns países já pensam ou pensaram em suspender [a importação]", afirmou o presidente.
Em outro momento do discursdo, o presidente pediu licença à plateia para mencionar números relacionados à exportação de produtos brasileiros.
"Nada como mencionar números para verificar a insignificância do fato. Insignificância, devo dizer, que não merece ser patrocinada, porque se há desvios, devem ser apurados como estão apurados", ponderou.
De acordo com Temer, a decisão da Coreia do Sul em retomar as importações da carne de frango brasileira se deu, provavelmente, em função da “pronta resposta das autoridades brasileiras, e dos esclarecimentos mais do que cabais”.
Ele ressaltou, a exemplo do que tem feito desde que foi deflagrada a operação, que das mais de 4,3 mil fábricas de processamento de carne instaladas no país, três tiveram suas atividades suspensas enquanto outras 19 estão sendo investigadas. Temer também disse que, de mais de 11,3 mil servidores do ministério da Agricultura, cerca de 30 estão sendo investigados.
De acordo com o presidente, os números mostram a “insignificância dos fatos”. “Mas os desvios, se há, devem e estão sendo apurados”, acrescentou.
Em fala no mesmo evento em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, ressaltou que o governo está vendo com “preocupação” o caso e dando respostas a todos os questionamentos que surgem quanto ao sistema de fiscalização e controle sanitário.
O ministro do Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou que os frigoríficos atingidos representam menos de 1% das exportações brasileiras de carne em 2016. No ano passado, o setor exportou R$ 14 bilhões, sendo que somente R$120 milhões foram dos locais sob investigação.
Phonte: g1
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