Por Antognoni Misael
Mal virou 2015 e os movimentos heréticos no
Brasil recomeçaram. Alguns apelam para "o ano da restituição", outros
"o ano da colheita", enfim...café requentado! Mas sempre, o que eles
querem é dinheiro!
É absurdamente preocupante como a igreja
brasileira de uma forma geral é guiada por líderes que se auto proclamam
apóstolos, profetas ou qualquer concepção de que são detentores de alguma unção
especial para "transformar" a nação - mas nós sabemos, não é isso realmente que
eles querem... eles querem é visibilidade e ostentação.
O que nos chamou atenção desta vez foi o 7º
Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil. Pois é, eles crêem que estão
"avivando o Brasil". Vamos lá... veja quem está nessa trupe que quer AVIVAR o
BRASIL junto com Benny Hinn, Apóstolo Agenor Duque, Mick Murdock. Observe alguns
nomes das peças:
Fernandinho; Marco Feliciano; Jabes Alencar;
Cláudio Duarte; Ludmila Feber; Damares; André Valadão; Mattos Nascimento;
Marquinhos Gomes; Robson Nascimento e Ao Cubo.
Farinha do mesmo saco? Ou é só uma participação
profissional?
Vamos conjecturar um pouco agora.
POR QUE NÃO HÁ AVIVAMENTO?
Não há discordância de que almejamos um
avivamento no Brasil, assim como uma espécie de Reforma. Entretanto, como bem
pensou Francis Shaeffer, esses dois eventos não são isolados um do outro. A
Reforma nos propõe um retorno ao ensino da Bíblia e o avivamento nos
indica uma relação apropriada com o Espírito Santo. Isto significa dizer que, os
grandes momentos da História da igreja vieram quando estas duas qualidades
entraram simultaneamente em ação fazendo com que os irmãos experimentassem a
doutrina pura e a igreja conhecesse o poder do Espírito Santo.
Falar de avivamento e reforma é falar do padrão
ideal que Deus quer de nós: Jesus Cristo. O nosso mestre além de levar nossos
fardos de pecados naquela terrível cruz, também passou a maior parte de sua
missão aliviando a dor do pobre, do excluído social, do esquecido. Portanto, não
temos dúvida de que a igreja brasileira precisa urgentemente despertar neste
sentido, a saber que estamos numa nação tida como a 6ª economia do mundo, mas
com a maior população carcerária do planeta, o 8º na maior desigualdade social
onde o negro é a imensa maioria do pobre, sem falar do altíssimo grau de
corrupção enraizado em nossa estrutura política o que faz de nossa saúde,
segurança e educação um vexame sem fim.
Meus irmãos, como ficar indiferente a essa
disparidade econômica brutal de nosso país? Como não nos incomodarmos com a
calamidade que assola ao nosso redor? Como haver avivamento sem que de alguma
forma sejamos relevantes para esta nação? Se somos mais 22% da população, por
que temos sido um fracasso nas áreas da ação social e participação efetiva em
questões humanitárias? Como está sendo traduzido este amor que declaramos ter ao
próximo?
Amigos leitores, os grandes avivamentos como os
ocorridos na Grã-Betanha, Escandinávia, por exemplo, além de redundarem na
salvação de milhares culminou na prestação de um socorro ao pobres e aflitos. O
teólogo Howard A. Snyder (pesquisador de Estudos Wesley no Seminário Tyndale em
Toronto, Ontário 2007-2012) registrou o seguinte a respeito de John Wesley e o
avivamento em sua época:
A migração para as cidades criou uma nova classe de moradores urbanos pobres nos dias de Wesley. A Revolução Industrial caminhava a todo vapor, alimentada pelo carvão. Ao pregar para os carvoeiros de Kingswood, Wesley estava alcançando os que foram mais cruelmente vitimados pela industrialização. Porém, a reação dos carvoeiros foi fenomenal, e Wesley trabalhou sem parar para manter o bem estar espiritual e material deles. Entre outras coisas ele abriu clínicas gratuitas, estabeleceu uma espécie de cooperativa de crédito e abriu escolas e orfanatos. Seu ministério se estendeu para incluir os mineiros de chumbo, operários de fundição de indústria siderúrgica, estivadores, peões de fazendas, prisioneiros e mulheres que trabalhavam nas indústrias. [SHAEFFER, Francis. Um manifesto cristão. Pag. 192]
Snyder conclui dizendo que Wesley estava
convencido de que “o ato de confrontar publicamente a impiedade e a injustiça,
que inundam a nossa terra como um dilúvio, é uma das maneiras mais nobres de
confessar Cristo em face de seus inimigos”.
Ao que parece, sendo bem sincero, avivamento
para esta trupe, é encher as igrejas a todo custo, engordar suas contas
bancárias, adorar a Mamom e espalhar ensinos de demônios por toda a nação.
Antognoni Misael.
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