Unico SENHOR E SALVADOR

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Palavras: a vida e a morte na ponta da língua


Por Leonardo Dâmaso

Texto base: Provérbios 18.21

INTRODUÇÃO


A palavra provérbio significa “ser como”. Basicamente, um provérbio é uma sentença em poucas palavras que expressa grandes verdades. Os provérbios são declarações (ou ilustrações) morais simples que ressaltam e ensinam a realidade da vida.


Todavia, o livro de Provérbios retrata em forma de comparações a vida cotidiana com suas verdades mais profundas. Os provérbios são diretrizes práticas, ou seja, princípios básicos de Deus para que o homem os observe. Em outras palavras, são “ditos práticos” criados para levar os homens a refletir sobre o temor de Deus e viver a vida estabelecida pelo padrão da sabedoria divina.


Não obstante, duas características comuns no livro de Provérbios é o emprego da linguagem figurada e o uso extensivo de paralelismos. Os assuntos incutidos em provérbios não costumam seguir uma ordem sequencial em seções como é usualmente no Novo Testamento. Por vezes, um mesmo assunto não é trado apenas em um capítulo ou trecho, mas em outros capítulos em diversos trechos. Por isso, 5 cuidados devem ser tomados ao interpretar o livro de Provérbios:


1) Traçar o paralelismo, ou seja, encontrar o assunto tratado em outros capítulos do livro. 2) Identificar as figuras de linguagem e parafrasear o pensamento ali contido sem as figuras para que haja o entendimento correto. 3) Resumir a lição transmitida pelo provérbio em poucas palavras. 4) Descrever a orientação ensinada. 5) Encontrar outros exemplos do provérbio em voga em outras partes da Escritura.


De forma breve, senão vejamos algumas informações necessárias sobre o livro de provérbios que devem ser ressaltadas.   

       
1. O autor do livro de Provérbios

O título de provérbios na bíblia hebraica e na septuaginta [versão grega do Antigo Testamento] é “Provérbios de Salomão”. Esta expressão não afirma absolutamente a autoria, mas define especificamente o título do livro.


Todavia, Salomão foi um dos reis de Israel. Ele sucedeu o seu pai Davi no trono, após sua morte. Salomão governou Israel de 971 a 931 a.C.. É mencionado na Escritura que ele recebeu grande sabedoria de Deus (veja 1Rs 4.29-34), sendo o homem mais sábio que já existiu em toda a história.


Uma vez que Salomão é indubitavelmente o autor da seção didática que abrange os capítulos 1–22.16, por outro lado, é bem provável que ele seja apenas o compilador “das orientações dos sábios”, que abarca os capítulos 22.17–24.34, que pertencem a uma data incerta anterior ao reinado de Salomão.


A compilação dos capítulos 25–29 foi escrita por Salomão (25.1), porém copiada e incluída mais tarde pelos homens de Ezequias, o rei de Judá (715-686 a.C.). Os provérbios de Salomão foram escritos antes dele se afastar de Deus (1Rs 11.1-11), e reunidos em sua forma final na época do rei Ezequias ou pouco depois, os quais foram preservados pelo ensinamento oral. 


2. A data em que o livro de Provérbios foi escrito


A maior parte do livro de provérbios reporta ao século 10 a.C., no período da monarquia em Israel. A paz e a prosperidade que caracterizaram o período eram bem adequadas para o desenvolvimento da sabedoria reflexiva e para a produção de obras literárias. De acordo com vários estudiosos, os ditados dos sábios, em 22.17–24.22, têm semelhanças com as 30 seções da Sabedoria de Amenemope, obra sapiencial egípcia mais ou menos da mesma época de Salomão.


De igual forma, a personificação da sabedoria, tão realçada nos capítulos 1–9, pode ser comparada com a personificação de ideias abstratas contidas na literatura da Mesopotânia e do Egito no segundo milênio a.C.. Tais obras eram bastante conhecidas pelo povo de Israel. Assim, várias seções de provérbios foram compiladas e editadas entre 715 e 686 a.C.  

          
3. O público do livro de Provérbios

Conforme é dito no prólogo 1.1-5, o livro de provérbios não foi escrito e designado somente aos simples, aos jovens da corte do rei e aos sábios. Antes, o livro de Provérbios foi endereçado a todos os crentes de todas as épocas.  


4. O propósito do livro de Provérbios


A razão do livro de provérbios é ensinar a prudência aos simples, transmitir conhecimento e bom senso aos jovens inexperientes e aperfeiçoar o conhecimento dos sábios. Tudo isso através de inúmeras orientações positivas e negativas que devem ser praticadas no dia a dia (veja, como exemplo, 1.8,10; 2.1; 3.1,5; 4.1; 5.1).  


5. O tema do livro de Provérbios

Vários temas importantes são destacados em provérbios. Estes temas são apresentados aleatoriamente e tratados em diferentes tópicos. Assim, vemos no livro de provérbios assuntos que envolvem:


    a) O nosso relacionamento com Deus, o qual é caracterizado pela nossa confiança (22.19); pela nossa humildade (3.34); pelo temor a Deus (1.7); pelo nosso pecado pessoal (28.13); pelas provações que passamos (17.3), etc.


     b) O nosso relacionamento individual, o qual é marcado pelo nosso caráter (20.11); por nossas palavras (18.21); pelo nosso autocontrole (6.9-11); pelo nosso orgulho (27.1); pela nossa ira (29.11); pela nossa preguiça (13.4), etc.


      c) O nosso relacionamento com os outros, o qual é demonstrado pelas nossas amizades (17.17); pelos nossos inimigos (16.7); pela nossa honestidade (23.23); como pai que somos (20.7; 31.2-9); como mãe que as mulheres são (31.10-31); como filho que somos (3.1-3); na educação de nossos filhos (4.1-4); na disciplina deles (22.16), etc.


6. O reflexo do livro de provérbios no Novo Testamento 


Há evidências de que o Senhor Jesus, Pedro e Paulo fizeram alusões e extraíram citações de provérbios para seus ensinos práticos.


     a) A influência do livro de provérbios nos ensinos de Jesus


As palavras de Jesus censurando os fariseus e escribas que desejavam por vaidade os primeiros lugares nos banquetes e nas sinagogas, em Mateus 23.6-7 e Lucas 20.46-47 estão intimamente relacionadas com Provérbios 25-6-7.      

      
A parábola do rico insensato, descrita em Lucas 12.15-20, está retratada em Provérbios 27.1. A parábola dos dois construtores, em Mateus 7.24-27, têm como base Provérbios 14.11. É importante salientar que toda a sabedoria contida no livro de Provérbios está personificada e escondida no Senhor Jesus (1Co 1.30; Cl 2.3); ou seja, Jesus é a própria sabedoria divina! 

     b) A influência do livro de provérbios nas cartas de Pedro


Ao que parece, Pedro foi o escritor do Novo Testamento que mais fez alusões ao livro de provérbios em suas cartas. Podemos notar isso comparando 1 Pedro 2.17 com Provérbios 24.21; 1 Pedro 3.13 com Provérbios 16.17; 1 Pedro 4.8 com Provérbios 10.12; 2 Pedro 2.22 com Provérbios 26.11.


     c) A influência do livro de Provérbios nas cartas de Paulo


Paulo também fez uso de Provérbios, citando o capítulo 25.21-22 em sua carta aos Romanos 12.20, e provérbios 8 em 1 Coríntios 1.24. 



Explanação


1. As palavras são um dom inefável de Deus


As palavras, além de ser um meio de comunicação, é, sobretudo, um dom de Deus. A linguagem não é um produto da cultura que as pessoas adquirem da mesma forma que distinguem as demais coisas no mundo, como entender a política, o método de se administrar uma empresa, como é feita a pintura de um carro, dentre outras coisas.


Antes, as palavras ou a capacidade da fala é uma parte distinta da constituição biológica do cérebro criada por Deus para os homens e mulheres fazerem uso de modo apropriado. Portanto, as figuras aplicadas às palavras no livro de provérbios demonstram o valor desse dom divino que não apenas deixamos de utilizá-lo como é devido, como também desperdiçamos e abusamos dele constantemente.


2. O poder das palavras


Aquilo que dizemos às pessoas ao nosso redor pode causar efeitos positivos e negativos. O conteúdo de nossas palavras pode fazer bem ou mau àqueles que nos ouvem. Acerca disso, Provérbios 18.21 ressalta: A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.


Segundo os adeptos da confissão positiva triunfalista ou do ato de profetizar e determinar bênçãos, isto é, os pentecostais e neopentecostais, este texto faz alusão ao poder que existe na palavra, na declaração verbal. Se alguém profere palavras negativas para si mesmo e para os outros, ambos irão obter efeitos negativos na vida.


Da mesma forma, se alguém profere palavras positivas para si mesmo e para os outros, ambos irão obter efeitos positivos na vida. Contudo, esta não é a interpretação adequada. Este segundo provérbio do bloco maior (18.12-21) que, além de fazer par com o primeiro (18.20), o complementa. Os dois provérbios acentuam a cautela no falar e os efeitos saudáveis e prejudiciais de cada palavra proferida. O discurso benéfico produz resultados que favorecem quem fala; o discurso nocivo produz resultados que prejudicam quem fala.    

       
Nessa mesma linha de pensamento, Antônio Pereira da Costa Junior escreve:
Este versículo explica que devemos ter o cuidado de que nossas palavras não venham a nos trazer situações embaraçosas. Temos que saber como dizer as coisas, pois certamente colheremos situações que são causadas por nós mesmos. No entanto, este versículo não dá margem para dizer que são as palavras em si que nos dá o controle das circunstâncias da nossa vida. São situações específicas e não o destino do ser humano que é traçado pela verbalização dos nossos desejos interiores. 

Senão vejamos dois conceitos de vital importância acerca do poder que as palavras possuem no livro de Provérbios.    

       
a) As palavras têm o poder de expressar o mal

     i. As más palavras divulgam a mentira


A mentira é a transgressão do nono mandamento descrito em Êxodo 20.16. Provérbios 12.22 declara: Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor. Mas o que agem fielmente são o seu prazer. De modo mais claro – O Senhor Deus detesta os mentirosos, porém ama os que dizem a verdade. (NTLH)


Portanto, Salomão, aqui, censura à mentira. Quando não se pode mais confiar nas palavras por causa da mentira, a sociedade começa a se desintegrar. Os contratos são inúteis, as promessas são vazias, o sistema judiciário se torna uma farsa e todos os relacionamentos pessoais são suspeitos (Ef 4.25). 


     ii. As más palavras são promotoras de fofocas

Em Levítico 19.16, Deus ordena ao seu povo para que não ande com mexeriqueiros, isto é, pessoas que propagam fofocas. O termo mexeriqueiro (popularmente fofoqueiro) é uma tradução da palavra hebraica que significa andar por toda parte, provavelmente derivada de uma palavra que traz a ideia de um “comerciante” ou “mascate”.


O mexeriqueiro refere-se a alguém que divulga escândalos, que profere palavras com a deliberada intenção de ferir ou magoar, e não apenas como quem fala sem pensar. Assim, não é bom que tenhamos laços de amizade com pessoas ardilosas (Pv 20.19).  


Todavia, o “fofoqueiro” é uma pessoa maliciosa que anda por toda parte propagando intrigas. Provérbios 11.13 diz: O mexeriqueiro descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre.


O “fofoqueiro” é alguém que fala demais! Por isso, ele acaba descobrindo segredos alheios. Pessoas ingênuas costumam confiar demais nas pessoas. Não é bom confiar em uma pessoa sem que ela tenha demonstrado que seja alguém de confiança. A pessoa de bom senso (ou discreta) evita revelar seus segredos e planos para qualquer um. Desse modo, devemos ter cuidado com os “fofoqueiros”, pois são pessoas que podem fazer grandes estragos com suas intrigas.  


     iii As más palavras despertam a ira


Provérbios 29.22 – O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.” Ou seja, o homem irado provoca brigas, e o de gênio violento comete muitos pecados. (NBV)


Ao invés de tentar resolver de maneira pacífica uma situação prestes a gerar uma briga, a pessoa colérica, isto é, irada, coloca lenha na fogueira para que aconteça a briga, quer seja de natureza verbal ou corporal (Pv 26.21; 29.22; 15.1). Muita gente tem o coração eivado pela raiva, mas exteriormente finge estar em paz com as pessoas ao redor encobrindo sua raiva com palavras hipócritas (Pv 26.23).

Se interiormente estamos com raiva de alguém, todas as nossas manifestações e declarações copiosas de amizade e amor não passam de um “verniz fino sobre barro comum”. Em outras palavras, estamos encobrindo o que há de pútrido dentro de nós com o veludo mais fino (tecido de seda, algodão ou lã macio).   

   
     iiii. As más palavras destroem vidas

Se as palavras são usadas de modo negativo, a consequência será negativa. As palavras, não usadas adequadamente para a glória de Deus, podem arruinar vidas ao nosso redor (veja Tg 3.5-12).


Tiago apresenta algumas analogias para descrever a natureza da língua. Primeiro, ele utiliza a analogia do fogo para enfatizar o poder destrutivo da língua (vs.5-8); segundo, ele compara a língua como um veneno de uma cobra peçonhenta que pode “matar” quem for atacado por ela (vs.8). No trecho composto pelos versículos 9-12, Tiago mostra a incongruência no uso da língua através de três ilustrações da natureza (um rio de água doce, árvores e o mar).


A pessoa que utiliza as palavras de forma indevida amaldiçoando ou praguejando o seu próximo peca contra Deus infringindo os preceitos das Escrituras. Embora seja um órgão pequeno, a língua tem o poder de controlar toda a vida da pessoa e influenciar todas as esferas da vida (Pv 11.9a).


b) As palavras têm o poder de expressar o bem


      i. As boas palavras promovem a paz


Provérbios 15.1a salienta que a resposta branda desvia o furor. Em outras palavras, a resposta delicada acalma o furor, mas a resposta dura aumenta a raiva.” (NTLH)


O versículo 1 dá prosseguimento ao que foi dito anteriormente no capítulo 14.35. Salomão instrui o servo a afastar a ira do rei através de uma resposta flexível e adverte o rei a não empregar palavras pungentes, ou seja, palavras permeadas de agressividade contra a incompetência do servo negligente, para que a ira que provoca infortúnios seja evitada. A resposta suave não distorce a verdade (vs.2); antes, embeleza a verdade ainda mais. A resposta dura, por sua vez, tende a divulgar a estupidez ao invés do conhecimento (vs.2). 


      ii. As boas palavras propagam a sabedoria de Deus


Provérbios 15.7 – A língua dos sábios derrama o conhecimento, mas o coração dos insensatos não procede assim.


Provérbios 16.21 – O sábio de coração é chamado prudente, e a doçura no falar aumenta o saber.


Apesar de haver muitas coisas boas e proveitosas para aprender na vida, a mais importante de todas é a sabedoria de Deus encontrada em sua Palavra (Pv 8.6-8). O principio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento” (Pv 4.7).


Depois de adquirirmos sabedoria, devemos compartilha-la com outros, pois - Nos lábios do prudente, se acha sabedoria” (Pv 10.13). Quer sejam pais ensinando seus filhos (Dt 6.1-13), mulheres mais velhas ensinando as mais jovens (Tt 2.3-5), ou os mestres da igreja ensinando os cristãos e a próxima geração que irá substituí-los (2Tm 2.2), a instrução correta é primordial (Pv 10.31a; 15.7a; 16.21).


Warren Wiersbe acentua com propriedade que varias pessoas que se dizem cristas são espiritualmente analfabetas quando se trata dos fundamentos da vida crista. Precisamos encarecidamente de homens que obedeçam a 2 Timóteo 2.2 e de mulheres que obedeçam a Tito 2.3-5; do contrario, teremos uma igreja ignorante.


      iii. As boas palavras colaboram para a restauração daqueles que pecaram


Provérbios 25.12 afirma: Como pendentes e joias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento.” Não é uma tarefa fácil exortar negativamente alguém que está equivocado. Devemos admoestar tal pessoa com mansidão e amor (Cl 6.1), e não com aspereza.


Adular os que estão sendo negligentes com suas responsabilidades na igreja e os que estão desobedecendo a Palavra de Deus vivendo na prática deliberada do pecado corrobora ainda mais o pecado e ainda nos torna cúmplices dos transgressores.


Provérbios 28.23 assevera: O que repreende ao homem achará, depois, mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua. Conforme traduziu a NVB: Quem repreende o próximo acabará ganhando um amigo, mas quem faz elogios mentirosos será desprezado. 


Em Mateus 18.15-20, Jesus explica o procedimento para ajudar a restaurar um irmão ou irmã que pecou. Em primeiro lugar, devemos ter uma conversa confidencial com o transgressor, confiando que Deus pode mudar o coração da pessoa. Se isso falhar, devemos tentar novamente, dessa vez, acompanhados de testemunhas.


Caso isso também falhe, aquilo que era confidencial deve se tornar público, e a igreja deve ser informada acerca da situação. Se o transgressor se recusar a dar ouvidos a igreja, deve ser excluído como se não fosse cristão. É evidente que, ao longo desse processo, devemos estar sempre em oração fervorosa, buscando o auxilio de Deus para nós e também para aqueles que estão tentando ajudar alguém na restauração. 


Provérbios 10.17 ratifica: O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado. 


      iiii. As boas palavras ditas no momento oportuno podem solucionar inúmeros problemas


Quando proferimos palavras de consolo e ânimo no momento apropriado para quem está sofrendo, tais palavras produzem força e motivação para o fraco, abatido e desanimado.


Provérbios 12.25 – A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra. 


Provérbios 25.11 – Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.  


Contudo, se dissermos aquilo que não deveria ser dito, por não ser o momento para tais palavras, serão apenas meras palavras de quem fala demais e não têm discernimento de quando deve falar!

Provérbios 15.23 – O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!



Conclusão


Visto sobre o poder que as palavras possuem e que elas podem expressar bondade e maldade, e causar edificação e perturbação, como saber utilizar as palavras? Como fazemos o bom uso das palavras? Senão vejamos:


1) Pense antes de falar 


Analise primeiro o conteúdo de suas palavras antes de proferi-las. Não é bom falar tudo o que vem à mente. Fazendo isso, poderemos cometer muitos erros e causar muitos infortúnios a nós mesmos e ao nosso próximo.


Provérbios 15.28 – O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldade. 


2) Evite o excesso de palavras

O tagarela afasta as pessoas ao seu redor. Geralmente as pessoas não gostam de relacionar-se socialmente com pessoas que falam muito. Não é bom falarmos muito. Devemos ser moderados no falar. Quanto menos falamos, menos risco de pecar com as palavras. Há tempo de estar calado e tempo de falar (Ec 3.7), e os sábios percebem quando devem ficar quietos (Pv 17.28).


Provérbios 10.19 – No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.


Provérbios 13.3 – O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.


Salmo 141.3 – Põe guarda, Senhor, a minha boca; vigia a porta dos meus lábios.  


3) Evite as palavras impetuosas


As palavras precipitadas não apenas fazem mal a outros como também podem prejudicar aqueles que as proferem.


Provérbios 12.18 – Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina.


Provérbios 29.20 – Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança ha para o insensato do que para ele.


4) Fale com honestidade


Devemos falar palavras que promovem o que realmente somos por dentro. Jesus, censurando a hipocrisia dos líderes religiosos de seu tempo no falar coisas más, disse em Mateus 12.34 que a boca fala do que o coração está cheio. Assim como os líderes religiosos da época de Jesus, podemos falar algo de nós mesmos, o que somos e fazemos externamente, mas que interiormente não somos nada do que falamos.  


Através da sabedoria das Escrituras, saberemos utilizar as palavras certas e saberemos o momento propício para falarmos para a glória de Deus e para a promoção da bondade e da edificação do nosso próximo nos relacionamentos interpessoais.

***
Fonte: Bereianos

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