Ter um líder proeminente do poderoso e liberal Conselho Mundial de Igrejas se queixando de que um artigo contra a Teologia da Libertação teve um impacto negativo em suas atividades não é pouca honra para um conservador.
Num post de Facebookde 30 de maio de 2018, o Rev. Walter Altmann, ex-moderador do Conselho Mundial de Igrejas, protestou contra um artigo de 2006 intitulado “Fantasmas soviéticos assombram o Conselho Mundial de Igrejas,” escrito por Mark D. Tooley e publicado pela revista FrontPage.
Talvez, porque o artigo de Tooley estava em inglês, não teria impacto no Brasil se não tivesse sido traduzido para o português.
Traduzi-o e publiquei-o no Brasil em 2007. Desde então, Altmann, que é ex-presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB, a maior denominação luterana do Brasil), viu, como ele contou em seu post de Facebook, seus próprios amigos de Facebook publicando minha tradução do artigo de Tooley em sua própria página no Facebook!
Então, finalmente, ele desabafou para seus amigos do Facebook, dizendo:
“Quando alguém pretende acusar outra pessoa de algo que ela supostamente seja ou também supostamente tenha cometido, um princípio ético elementar é dar previamente à pessoa a oportunidade de esclarecer e se defender, pois quem fizer a acusação, se infundada, tornada pública, terá incorrido no crime de calúnia e difamação.
E, com toda certeza, terá infringido o mandamento bíblico de não dar falso testemunho contra ninguém. Pois bem: rotineiramente acontece de algum de meus ‘amigos’ (mui amigos!) repassar como verdade indiscutível a afirmação de eu ter sido um ‘agente soviético’… Fazem-no reproduzindo uma matéria caluniosa, originária de uma página da extrema direita religiosa de Washington, traduzida para o português em 2007, por Júlio Severo…”
O post de Altmann no Facebook é curiosamente intitulado “EU — FANTASMA SOVIÉTICO?”
Nesta nessa altura, posso esclarecer e até defender o Altmann. Ele não é um fantasma soviético! Aliás, o artigo de Tooley nunca disse que Altmann era um fantasma soviético e não mirou nele principalmente. Mirou no Conselho Mundial de Igrejas (CMI), deixando muito claro que sua referência a fantasmas soviéticos significava influências soviéticas em movimentos e conferências apoiados pelo CMI.
Se os amigos de Altmann estão usando minha tradução do artigo de Tooley para solicitar uma prestação bíblica de contas dele, por que ele não dá atenção ao pedido deles?
Mesmo que Altmann nunca tivesse sido moderador do Conselho Mundial de Igrejas e mesmo que nunca tivesse participado de conferências influenciadas por soviéticos, seus problemas espirituais não estão resolvidos.
Em outubro de 1999, quando era presidente do Conselho Latino-Americano de Igrejas, Altmann se encontrou com o ditador comunista Fidel Castro e entregou a ele seu livro “Lutero e Libertação.” Assim, mesmo sem fantasmas soviéticos, a dura verdade é que Altmann, em suas atividades e livros, tem sido um defensor da Teologia da Libertação, que Lutero nunca defendeu.
Em 2009, Mark D. Tooley publicou seu artigo “Ressuscitando a Teologia da Libertação: Conselho Mundial de Igrejas tenta reviver o marxismo em trajes religiosos,” na revista FrontPage, onde Altmann foi citado como dizendo numa publicação do CMI:
“Desde a queda do Muro de Berlim, foram muitos os críticos que se precipitaram a declarar a morte da teologia da libertação. A maioria o fez porque viu nela apenas uma apologia do socialismo do caduco estilo soviético. No entanto, esse certificado de morte parece ter sido emitido prematuramente.”
Segundo Altmann, como citado por Tooley:
“O fundamento espiritual… da teologia da libertação está enraizado no encontro — que muda a vida — com Cristo como libertador e com nosso próximo necessitado,” cujos sofrimento é resultado de “opressão e das injustiças sistemáticas.”
Infelizmente para Altmann, eu traduzi e publiquei o artigo de Tooley no Brasil!
Embora a Teologia da Libertação não seja protestante, por causa de seus envolvimentos ecumênicos através do CMI, ele acabou adaptando-a à perspectiva luterana. A versão protestante da Teologia da Libertação é a Teologia da Missão Integral. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil é proeminente em ambas as teologias liberais, graças a líderes como Altmann.
Então estou acusando Altmann de ser um ex-agente soviético porque ele defende a teologia da libertação? Não. Embora a KGB usasse a Teologia da Libertação para seu próprio benefício, ela não foi produzida pela KGB. Tal propaganda equivocada foi provavelmente criada por um ex-comunista que durante anos foi patrocinado pela CIA. Conforme reconhecido por um católico tradicionalista brasileiro no artigo “A KGB inventou a Teologia da Libertação? Simples demais…,” a Teologia da Libertação nasceu na Igreja Católica antes da KGB.
Se Altmann tivesse se envolvido apenas com o Evangelho, proclamando-o, curando os enfermos e expulsando demônios — exatamente como Jesus e seus discípulos faziam —, ele nunca teria tido tempo ou interesse em se envolver com uma teologia política que usa o Evangelho para proclamar o marxismo e adoecer e demonizar os cristãos.
O ecumenismo afastou Altmann do Evangelho de Jesus e aproximou-o do marxismo “cristão,” ou teologia da libertação.
Mesmo que os soviéticos nunca tivessem usado a Teologia da Libertação, ela não é cristã, porque usa o Evangelho como uma plataforma política de esquerda.
A Teologia da Libertação não está espiritualmente fundamentada em Cristo como libertador, como Altmann alegou, tornando Cristo um libertador político a serviço da ideologia esquerdista. Ele deu falso testemunho. Cristo é Libertador? Certamente. Ele liberta pessoas, até mesmo cristãos, de doenças e demônios. E os cristãos que pregam a Teologia da Libertação são espiritualmente oprimidos e precisam ser libertos de demônios.
Esclareci publicamente que Altmann não é um fantasma soviético. Mas ele estava envolvido com fantasmas soviéticos e certamente foi influenciado pela teologia liberal católica através do ecumenismo.
Então, se essas acusações públicas se baseiam nas atividades e nos escritos públicos de Altmann, por que ele insiste em dizer que essas acusações são “infundadas” e que Tooley e eu “incorremos em difamação e calúnia”?
Se ele realmente acreditasse em suas próprias acusações infundadas, ele teria nos processado há muito tempo.
Altmann deveria parar de lamuriar as consequências de suas escolhas ideológicas.
Ele precisa ser responsabilizado por ter dado falso testemunho contra o Evangelho de Jesus Cristo, usando-o para promover a Teologia da Libertação.
O Evangelho pertence a Jesus Cristo. A Teologia da Libertação pertence à Igreja Católica. E o marxismo pertence a Karl Marx. Então, devolva à Igreja Católica o que é da Igreja Católica. Devolva ao marxismo o que é do marxismo. E devolva a Jesus Cristo o que é de Jesus Cristo.
A Igreja Luterana não precisa da Teologia da Libertação importada, através do ecumenismo, da Igreja Católica. Precisa de libertação dos demônios da teologia da libertação e do marxismo. Precisa de uma renovação carismática do Espírito Santo.
Cristãos que vivem vidas cheias do Espírito não precisam se encher de lixo teológico liberal.
Versão em inglês deste artigo:Walter Altmann, World Council of Churches, Liberation Theology and Soviet Ghosts
Phonte: www.juliosevero.com
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