Islã + Vaticano = Religião Mundial?
As peças estão se encaixando...
O presidente iraniano, Hassan Rohani, dirigiu-se ao Papa
para "retomar o diálogo entre os mundos islâmico e cristão" e
"uma aliança entre o Irã e a Santa Sé", inclusive contra o terrorismo
e o extremismo, indicou nesta sexta-feira a agência de notícias do Vaticano,
Fides.
De acordo com a agência de notícias católica, o pedido de
Rohani foi lançado no início desta semana em Teerã, por ocasião do seu encontro
com o novo núncio apostólico, arcebispo Leo Boccardi.
De acordo com a agência Fides, o novo presidente moderado da
República Islâmica publicou uma foto do encontro em seu Twitter e escreveu que
"o Islã e o Cristianismo precisam de diálogo mais do que nunca".
"A raiz dos conflitos entre religiões é, sobretudo, a ignorância e a falta
de compreensão mútua", declarou.
Hassan Rohani acrescentou que a Santa Sé e o Irã têm
"inimigos comuns", como o terrorismo e o extremismo, e
"objetivos similares", como o desejo de superar a injustiça e a
pobreza, relatou a agência.
O novo núncio, que apresentou no último domingo suas
credenciais, expressou o desejo de que os dois Estados possam trabalhar juntos
para resolver crises regionais no Oriente Médio, especialmente o conflito em
curso na Síria, de acordo com a Fides.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad
Zarif, insistiu que, dada a forte presença de grupos extremistas no terreno,
"a situação das minorias religiosas na Síria, como cristãs, são motivo de
preocupação para nós".
Ansioso para sair do isolamento, o Irã lançou uma grande
ofensiva marcada por várias aberturas, incluindo diplomáticas, desde a eleição
do presidente Rohani.
A aproximação com os Estados Unidos, o reconhecimento da
realidade do Holocausto, o progresso na questão nuclear... A abertura para a
Santa Sé também serve para fortalecer o Irã no cenário internacional, dada a
popularidade do Papa Francisco.
A Santa Sé e os teólogos xiitas da Universidade de Qom
mantém há tempos um diálogo caloroso e frutífero, muito mais substancial do que
entre a Igreja Católica e várias autoridades sunitas.
E na Síria, os xiitas e suas comunidades minoritárias, como
os alauítas, são geralmente favoráveis ao governo, assim como os cristãos,
contra os extremistas sunitas muitas vezes financiados pelas monarquias do
Golfo.
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