Thiago Cortês
A eterna candidata a salvadora da Pátria, Marina Silva, andou elogiandoo decreto da presidente Dilma que cria os tais conselhos “populares”.
Popular, no dicionário petista, significa “qualquer pessoa ou grupelho que defende tudo aquilo que o povo brasileiro rejeita”.
O povo quer leis mais duras contra o crime. Os grupelhos “populares”…não!
A maioria da população brasileira quer a redução da maioridade penal. Os grupelhos “populares” não querem nem saber disso. Eles acham que está tudo ótimo!
Pois bem, são estes grupelhos organizados que pretendem falar em seu nome: de acordo com o decreto de Dilma toda ação governamental relevante deverá passar pelo crivo desse pessoal que diz nos representar. Os conselhos “populares” são um golpe contra a democracia.
O decreto bolivariano prevê a criação de nove conselhos aos quais serão submetidas iniciativas como grandes obras e “novas políticas públicas” – termo vago ao gosto do petismo.
A medida tem sido criticada não apenas pela oposição, mas até pelos aliados próximos do PT, que acusam o governo de usurpar as atribuições do Poder Legislativo.
Marina Silva, contudo, garante que a iniciativa é um avanço:
A participação da sociedade é algo muito bom em um País como o nosso, com essa dimensão territorial e diversidade cultural. É fundamental que os governos façam coisas com as pessoas e não para as pessoas. Mas isso é para ser feito ao longo de toda uma vida, e não apenas vinculado à eleição. É algo a ser cultivado, independente de ser estratégia eleitoral
Das duas, uma: ou Marina Silva é muito cínica ou é intelectualmente limitada.
Fico com a primeira opção. A salvadora da Pátria que veio da selva é uma petista histórica que conhece muito bem o pensamento utópico que guia a esquerda brasileira.
Ela sabe que os petistas só querem a democracia se ela vier acompanhada do adjetivo “social”, o que, é claro, abre margem para a interpretação totalitária segundo a qual uma democracia social precisa de um governo forte e partido único (vide Cuba, Venezuela, etc).
O mais estranho é lembrar que quando Marina e Eduardo Campos lançaram sua dobradinha como alternativa ao PT, o discurso foi justamente de que era necessário combater o “chavismo” de Dilma, Lula e demais companheiros adoradores de ditaduras.
Naquela ocasião, uma firme Marina declarou:
A minha briga, neste momento, não é para ser presidente; é contra o PT e o chavismo que se instalou no Brasil
Infelizmente, Marina capitulou diante dos companheiros. Não é a primeira vez.
Na eleição de 2010 Marina Silva encarnou Pôncio Pilatos e lavou as mãos diante do tema da legalização do aborto. Ela se diz evangélica, pró-vida, mas não teve coragem de contrariar seus eleitores e companheiros de esquerda que lutam pela legalização do assassinato de bebês.
Entre desagradar os evangélicos ou desagradar o seu público de esquerda, Marina saiu-se com a saída mais covarde: propôs um plebiscito sobre o tema. Além de um flagrante de covardia, o plebiscito de Marina seria um enorme desperdício de dinheiro público.
Há anos pesquisas demonstram que a maioria dos brasileiros é contra o aborto. A mais recente indicou que 82% da população rejeita a legalização do aborto no Brasil.
O problema é que tal maioria (de pessoas comuns) não interessa a super-democrática Marina Silva. Assim como os tucanos, Marina faz política para agradar meia dúzia de progressistas da USP e da imprensa que não enchem nem sequer uma Kombi.
Em uma seção de repostas a perguntas freqüentes de seu site, Marina Silva responde a questão sobre seu posicionamento contra o aborto da forma mais ambígua possível:
(…) Eu não faria um aborto e não advogo em favor dele, mas reconheço que existem argumentos relevantes dos dois lados da discussão(…) considero que uma questão tão complexa e importante como essa deve ser decidida diretamente pela sociedade
A “sociedade” vai apenas reafirmar o que vem sinalizado, vez após vez, em pesquisas de opinião realizadas por diferentes institutos: o Brasil rejeita o aborto.
Marina Silva joga com a vida de quem não pode se defender porque, com a desculpa de que o povo decidiu via plebiscito, pode manter a aura de santidade junto à esquerda.
Fica claro que a ex-ministra de Lula tem medo da esquerda. Ela quer ser aceita por todos, agradar conservadores e progressistas, gregos e troianos. Mas o que ela quer, principalmente, é manter o seu apelo junto aos companheiros de utopias do passado.
Não por acaso, ela tem brigado para que o partido que a acolheu, o PSB, não divida palanque com os “terríveis” tucanos. A líder da “Rede” afastou PSDB e PSB em São Paulo e foi ao Acre para acertar o apoio de sua chapa presidencial ao petista Tião Viana.
Para quem não se recorda, Tião Viana é o insensível e mentiroso governador que enviou centenas de haitianos do Acre para São Paulo sem avisar ninguém.
O fluxo imigratório dos haitianos para o Acre teve início há anos, mas desde que a onda começou, o governo federal nada fez – nem para ajudar os imigrantes, entenda-se.
No amado Acre de Tião Viana e Marina Silva, os haitianos viviam em acampamentos em condições deploráveis. Para se livrar do problema, o petista aproveitou os aviões que trazem alimentos ao seu Estado para lotá-los de haitianos com destino a São Paulo.
É este sujeito que Marina Silva quer governando o miserável estado do Acre.
Parece óbvio que Marina é refém das platéias da esquerda e jamais terá disposição de dizer ou fazer nada que contrarie as mentes progressistas.
Fonte: GospelPrime
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