Unico SENHOR E SALVADOR

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sábado, 30 de abril de 2016

Ecolatria: Agora os ambientalistas ativistas querem impor uma sobretaxa à nossa comida

Em uma era mais civilizada — ou seja, durante os anos 1840, quando as tarifas protecionistas sobre os cereais estrangeiros foram abolidas —, uma redução no preço dos alimentos do povo era visto como algo benéfico. 
Hoje, a coisa se inverteu: aumentar os preços dos alimentos em nome da "sustentabilidade climática" é, como diriam os franceses, de rigueur — obrigatório em termos de boa consciência.
Segundo reportagem do jornal britânico The Independent:
"A Dinamarca está considerando propostas para introduzir uma taxa sobre a carne vermelha, após um instituto do governo chegar à conclusão de que "a mudança climática é um problema ético".
O Conselho Dinamarquês de Ética recomendou a imposição de uma taxa inicial sobre a carne, almejando ampliar a regulamentação sobre todas as carnes vermelhas no futuro. O instituto disse que, no longo prazo, o tributo deve ser aplicado a todos os alimentos em alíquotas variadas, dependendo do seu impacto climático. [Ênfase minha]
O Conselho votou a favor dessas medidas por maioria avassaladora, e a proposta será agora levada ao governo, que deverá considerá-la."
É de se imaginar o que exatamente eles querem dizer com "um problema ético"; no entanto, pelo contexto, ficou bastante claro que a frase é apenas um eufemismo para "um problema que nós, da elite, decidimos que deve ter prioridade em relação a todos os outros problemas".

Ademais, se tais regulamentações forem realmente implantadas, será necessária a criação de uma enorme burocracia estatal incumbida de decidir quais alimentos possuem um aceitável nível de "impacto climático" e quais violam esse novo postulado ético. 

Funcionários públicos serão muito bem pagos para escrever relatórios estipulando em quanto o preço do alimento X deve ser sobretaxado para refletir sua falta de sustentabilidade climática. Haverá categorizações, rankings, relatórios técnicos, comissões e muitas campanhas publicitárias — tudo em nome da imposição de uma "dieta ética".

Em épocas ou locais mais sensatos, esse tipo de micro-gerenciamento estatal da dieta dos seres humanos seria visto como algo absurdo. No entanto, nesta nossa era de incessante expansão do poder estatal em nome da proteção do status quo climático, isso é visto como algo bem avant-garde.

Defensores de novos tributos fingem que os custos não importam
E quais serão os custos para o cidadão comum? Considerando-se a importância comunal e ritual da alimentação na cultura humana, certamente não será zero. Tampouco podem as valorações subjetivas feitas por bilhões de seres humanos ser simplesmente descartadas. Muitas pessoas preferem obter sua nutrição por meio da carne. Outras preferem se nutrir de outras fontes. Vários povos fazem celebrações religiosas e culturais em torno de determinados tipos de alimentos.

Se as novas taxas sobre os alimentos forem implantadas, esses aspectos cotidianos da vida — atividades que estão no cerne da cultura e da vida humana — serão ainda mais limitados e restringidos, fazendo com que os membros mais empobrecidos da sociedade sejam os que mais sofram.

"Ora, mas é só carne vermelha!", diriam os moderados. Não. A sobretaxa sobre alimentos é apenas uma fração de um esforço global e coordenado das elites políticas para enrijecer ainda mais o controle sobre o cidadão comum, o qual está sendo doutrinado a crer que os prazeres mais básicos da vida agora são uma forma de eco-terrorismo. Dizer que "é apenas carne vermelha" é algo que soa terrivelmente semelhante a "é apenas um pequeno aumento de impostos", como se essa proposta não configurasse também um grande aumento do fardo tributário.

Ademais, os planejadores da tributação dos alimentos já deixaram claro que nada está a salvo de suas garras. Eles abertamente admitem que todos os alimentos serão categorizados e classificados em rankings, assim como todos os aspectos da vida humana, como viagens, recreação e condições de vida.

Você gosta de viajar para o litoral nos fins de semana e feriados? Sinto muito, isso requer o uso de combustíveis fosseis. Quer ter uma casa própria? Que pena, você só poderá construir se utilizar amenidades "energeticamente eficientes", dispensnado ar-condicionado e utilizando vasos sanitários de baixa vazão de água. Quer comer um peru de Natal? Que azar, a emissão de CO2 durante sua criação é muito alta.

É claro que tais leis serão aplicadas apenas ao populacho. Os bilionários e os políticos ambientalistas continuarão viajando normalmente em seus jatinhos particulares (como Leonardo DiCaprio e Al Gore, que rodam o mundo em seus jatinhos poluentes para fazer discursos contra o aquecimento global) e fazendo suas faustosas refeições. Enfrentar o "problema ético" é algo que será relegado apenas ao restante da humanidade.

Observe que os custos e os eventuais malefícios das sobretaxas sobre alimentos e sobre emissões de carbono nunca são analisados em relação às supostas vantagens dessas taxas. Os proponentes nunca reconhecem que há custos em suas propostas. Eles vêem apenas benefícios.

Os custos para a humanidade em termos de encarecimento dos alimentos, dos transportes e dos imóveis são muito reais, mas não podem ser especificamente calculados, pois cada indivíduo deste planeta atribui um valor subjetivo específico a viagens, alimentos e toda a infinita lista de amenidades existentes. Sendo assim, há infinitas maneiras de os indivíduos valorarem essas amenidades. Consequentemente, os verdadeiros custos não podem ser mensurados.

Este, obviamente, é sempre o problema central de todas as políticas públicas e de todo e qualquer tipo de planejamento estatal. Não há maneira de prever como incontáveis e singulares seres humanos, cada um com suas específicas maneiras de avaliar e valorar cada amenidade, serão impactados por uma nova lei ou regulamentação. Como Friedrich Hayek explicou em seu livro A Arrogância Fatal, o principal problema de um planejamento estatal reside no fato de que "aquilo que não pode ser conhecido não pode ser planejado".

Pior ainda é o fato de que, ao se considerar os efeitos de leis relacionadas ao "controle do clima", sempre há uma inflexível recusa em levar em consideração qualquer aspecto econômico dessas leis. Isso é patente nas próprias palavras dos ativistas, quando eles enfatizam que o aquecimento global deve ser tratado apenas como um "problema ético". Essa expressão é utilizada como uma espécie de talismã, o qual libera os ativistas da chateação de ter de levar em conta os tediosos alertas de economistas que reconhecem a existência de coisas enfadonhas como custo de oportunidade e escassez.

As consequências dessa atitude sempre se revelam abaixo do ideal, sendo que foi isso o que levou Hayek a dizer que: "Portanto, é uma traição — que deve preocupar a todos — teorizar a respeito da "sociedade justa'' sem qualquer preocupação com as consequências econômicas da implantação dessas convicções."

Os supostos benefícios das regulamentações também não podem ser calculados

Também não prenda a respiração esperando qualquer tipo de análise de custo-benefício.

O debate sobre o aquecimento global nunca avançou para além da exigência de que todos se ajoelhassem perante a última medida proposta anti-aquecimento global. Ou se faz genuflexão ou se tem um armagedom.

Para o lobby do aquecimento global, todo o necessário para fazer com que tudo fique bem é entregar o controle da economia mundial para os planejadores centrais dos governos. Para tais pessoas, basta o governo acionar suas engrenagens e elas automaticamente farão tudo com assombrosa precisão para preservar o status quo climatológico. Dentre suas propostas, as duas que mais chamam a atenção são o encarecimento da energia e a redução da atividade econômica.

Os custos de tal empreendimento — sejam eles mensurados em dinheiro, vidas humanas ou conforto humano — seriam irrelevantes, pois, segundo eles próprios, a única alternativa é a total destruição do planeta Terra.

Essa postura de "faça o que eu digo ou você vai morrer" é obviamente o sonho de todo e qualquer propagandista. Só que, no mundo real, onde cabeças mais racionais tendem (ocasionalmente) a prevalecer, os custos de qualquer ação governamental devem ser comparados aos custos das alternativas. Mais ainda: o ônus da prova recai sobre aqueles que querem a intervenção estatal, já que seus planos dependem do uso da violência do estado para impingir o cumprimento das ordens propostas.

Mas, pelo bem debate, vamos assumir, hipoteticamente, que realmente estejam ocorrendo mudanças climáticas globais e que o nível dos oceanos esteja subindo. Isso ainda deixa várias questões que devem ser prontamente respondidas pelos entusiastas do aquecimento global:

1) Qual é o custo do seu plano para as várias populações do planeta, em termos de vidas humanas e de padrão de vida?

2) Os custos do seu plano são maiores ou menores do que os custos de outras soluções, como a realocação gradual de populações que vivem em áreas costeiras?

3) Você seria capaz de demonstrar que o seu plano tem uma alta probabilidade de dar certo? Se a resposta for negativa, por que deveríamos implantar o seu plano em vez de usar os mesmos recursos em outras soluções mais práticas e em necessidades mais imediatas, como água potável, alimentos, e necessidades básicas?

Com grande frequência, a resposta a perguntas como essas consistem de bravatas e diatribes que nos exortam a agir agora. Mas essa postura é similar à de uma pessoa que, vendo que o inverno está se aproximando, exige que todos construam imediatamente abrigos e sigam estritamente suas ordens. "Vocês não estão vendo que está ficando frio?" diz ele. "Se vocês não construírem os abrigos como estou mandando, todos nós iremos congelar." 

 E quando alguém questiona se esse seu plano de construir abrigos é realmente a melhor maneira de agir, ou ao menos sugere que há outros tipos de abrigo com um melhor custo-benefício, ou, ainda, que é melhor permitir que cada um seja livre para construir seu próprio abrigo, ele se enraivece e dispara que "vocês egoístas ignorantes não se importam se todos nós morrermos!"

A suposição fundamental é que cada regulação proposta pelos ativistas das mudanças climáticas é absolutamente essencial, de modo que, qualquer oposição aos seus planos trará a total destruição da raça humana.

Sob circunstâncias normais, qualquer pessoa racional imediatamente veria esse modus operandi intelectual como sendo idêntico ao comportamento de perigosos religiosos fanáticos. Porém, para os atuais defensores do planejamento estatal do clima global nenhuma discordância deve ser tolerada, e qualquer consideração racional sobre custos e benefícios reais deve ser minimizada e militantemente ignorada.

Da várias maneiras, essa recusa anti-intelectual de discutir o lado negativo de uma política pública advém do fato de que vários defensores da sobretaxa dos alimentos são incapazes de realmente demonstrar quaisquer benefícios mensuráveis. Isso porque a maioria dos "benefícios" não passa de especulação baseada em modelos computacionais.

Ao contrário da ciência comum, essa ramificação política da ciência climática não envolve nenhuma genuínaobservação; ela se baseia meramente em modelos hipotéticos. Ademais, mesmo se os modeladores fossem capazes de prever, com grande acurácia, os exatos efeitos do aquecimento global no futuro distante, eles teriam de ilustrar os benefícios específicos de uma sobretaxa sobre os alimentos, ou sobre as viagens aéreas, ou sobre a regulação de itens domésticos. 

 Como tal precisão não existe, nenhum "benefício" pode ser demonstrado. E aí voltamos novamente ao problema do cálculo demonstrado por Hayek.

Com efeito, todo esse esforço se baseia na crença mística de que políticos podem aprovar leis e que os objetivos almejados serão magicamente alcançados graças ao poder do pensamento positivo. Já a realidade bem mais provável — a de que os planejadores estatais estão, na prática, tateando no escuro à procura de uma solução — deve ser resolutamente negada.

Consequentemente, qualquer resistência à imposição de uma sobretaxa sobre os alimentos será respondida com a reação usual: "Aceite nossas idéias ou morram no inevitável apocalipse climático".

É uma postura interessante, mas não pode ser aceita em uma discussão política racional.

Ryan McMaken é o editor do Mises Institute americano.

Phonte: Mises BR

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