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segunda-feira, 25 de abril de 2016

"Paraíso Socialista": A utopia socialista da Venezuela termina na privada


Paul Bremmer

A Venezuela caiu num abismo econômico.

Ar e água contaminados estão causando doenças generalizadas. Uma seca está levando a uma escassez geral de água e eletricidade. A economia da Venezuela encolheu e a inflação está galopante. Alimento, remédios e produtos comuns como papel higiênico estão cada vez mais escassos. Crimes violentos assolam as ruas.

Não há dúvida de que alguns desses problemas são consequência de desastres naturais. Mas o governo socialista da Venezuela também merece muito da culpa, de acordo com o Dr. William J. Murray, presidente da Coalizão de Liberdade Religiosa.

“O problema na Venezuela se originou com Hugo Chavez e o socialismo que ele trouxe,” disse Murray, cujo livro mais recente é intitulado “Utopian Road to Hell: Enslaving America and the World with Central Planning” (Estrada Utópica para o Inferno: Escravizando os EUA e o Mundo por meio do Planejamento Central). Vamos ser claros: A Venezuela era a nação mais avançada da América do Sul no que se refere à sua economia.

Era uma vez, conforme Murray recorda, uma Venezuela que tinha uma imensa classe média e elevada propriedade privada, onde uma grande parcela da população tinha cartões de crédito. Mas uma série de crises econômicas nas décadas de 1980 e 1990 convenceram muitos venezuelanos de que eles tinham de mudar a direção de seu país.

“Eles achavam que sua resposta era Chavez,” disse Murray. “Eles achavam que era o socialismo. Eles achavam que suas desgraças de crédito e outros problemas iriam ser curados pelo socialismo, e o resultado é o que vemos na Venezuela hoje, que é sempre o resultado de sistemas utópicos ou ideias utópicas, com falta de água limpa, eletricidade irresponsável, escassez de gasolina num dos maiores países produtores de petróleo do mundo, escassez de alimentos — dava para continuar mencionando outros problemas.”

O site Bloomberg noticiou que um denso nevoeiro repleto de cinzas e poluição levou a mais de 3.700 casos de doenças respiratórias em torno de Caracas desde março. Uma longa seca roubou dos venezuelanos acesso à água limpa numa base diária. Quando a água escorre da torneira, sai amarela e suja.

O governo envia caminhões-pipas para tentar aliviar o sofrimento, mas os caminhões são frequentemente roubados por gangues antes de alcançarem seus destinos planejados.
Os médicos em Caracas estão vendo um aumento de doenças estomacais e problemas de pele devido à falta de água limpa, mas eles não têm os remédios de que eles precisam para tratar todos os seus pacientes.

A seca também esgotou os níveis de água na represa Guri, que produz 40 por cento da eletricidade da Venezuela. O presidente Nicolas Maduro, o sucessor escolhido por Chavez, propôs um plano de 60 dias para conservar a eletricidade, proclamando todas as sextas-feiras de abril e maio feriado para funcionários públicos. Ele alongou os últimos cinco finais de semana e discutiu mudar o fuso horário do pais para reduzir ainda mais o consumo de eletricidade.

Murray, um colaborador ocasional do WND, disse que em parte dá para se atribuir a crise da Venezuela ao sistema socialista. O governo fixou o preço oficial da eletricidade em 3 centavos por quilowatt-hora, mas só as empresas pagam essa taxa. A taxa não oficial, ele disse, é cerca de meio centavo por quilowatt-hora. Em contraste, a eletricidade nos EUA custa em torno de 10 centavos por quilowatt-hora.

O problema, de acordo com Murray, é que não dá para se fornecer eletricidade por meio centavo por quilowatt-hora, de modo que o preço artificialmente baixo leva a uma demanda maior do que o fornecimento. Mas os planejadores centrais encarregados da Venezuela decidiram que a energia elétrica deveria ser barata, de modo que fixaram um preço mais baixo do que o preço de mercado.

“Esse é o problema das ideias utópicas, pois a base dessas ideias é suprir as necessidades das pessoas e os planejadores centrais decidem quais são essas necessidades,” Murray explicou. “De novo, o que está em foco não é a vontade das pessoas, mas as necessidades. Eles não se importam com o que as pessoas querem. 

Eles decidem a necessidade, e a necessidade poderia ser totalmente diferente do que as pessoas querem, mas eles não se importam porque eles chegaram à conclusão de que eles sabem o que as pessoas precisam, e então determinam as metas muitas vezes de suprir essa necessidade a preços incompatíveis com a fonte de suprimento.”

Murray acha que os planos de Maduro de conservar a eletricidade são inadequados. Em vez de liberar o preço da eletricidade para o mercado livre, o presidente venezuelano está tentando assegurar uso reduzido de luzes e ar condicionado em prédios públicos de modo que ele possa continuar suprindo eletricidade a “um custo tão baixo que está quase ficando de graça,” de acordo com Murray.

“Tenha em mente que o índice de inflação na Venezuela está em 200 por cento ao ano e o custo da eletricidade não mudou, mas o custo na Venezuela de suprir essa eletricidade vem subindo 200 por cento ao ano,” comentou Murray.

Bloomberg informa que a inflação logo subirá para quase 500 por cento. Ao mesmo tempo, a economia da Venezuela encolheu em 5,7 por cento em 2015 e estima-se que encolherá mais 8 por cento neste ano.

Todos esses problemas têm deixado Maduro impopular, e seus oponentes ganharam um grande vitória nas eleições legislativas de dezembro passado.

Traduzido e resumido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): Venezuela’s socialist utopia ends up in the toilet

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