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quinta-feira, 7 de abril de 2016

O que é a ecologia? O panteísmo monista do fundador Ernst Haeckel


O ambientalismo que se apresenta simpaticamente como apenas "verde" pode mudar radicalmente a vida dos brasileiros.

Pode até nos jogar numa imensa desgraça sem que nós as vítimas, tenhamos previamente uma ideia do que estava vindo preparando.

Nesse caso que desejamos evitara sociedade atual será vista no futuro como a despreocupada tripulação do Titanic na hora em que o iceberg estava na iminência de atingi-lo.

O livro de Anna Bramwell “Ecology In The 20th Century, A History”, (A ecologia no século
XX – Uma história”,publicado pela prestigiosa editora universitária Yale University Press, nos forneceu precisos elementos que queremos levar ao alcance de nossos leitores.

Ernst Haeckel (1834-1919),
fundador da ecologia

A história começa no século XIX num contexto cultural tão diverso do nosso.

Através de um percurso que pode parecer surpreendente conduz aos aspectos mais ocultos e insuspeitáveis pré-II Guerra Mundial.

E, no pós-guerra através do movimento hippie e congêneres nos joga no fulcro do grande debate do III milênio.

Veremos isso em sucessivos posts.

1880-1945: Origem do termo

A palavra ecologia foi usada pela primeira vez por Ernst Haeckel (1834-1919) em sua Morphologie Générelle, publicada em 1866. O papel de Haeckel na história da ecologia é ao mesmo tempo importante e ambíguo.

A influência política de Haeckel foi enorme através da Liga Monista, que congregava proeminentes reformadores, agitadores políticos e cientistas.

Haeckel era um ateu republicano, radical adorador da natureza.

Apresentou uma alternativa que era ao mesmo tempo um programa, uma evidência científica e uma sabedoria religiosa. Criou a raiz científica e biológica do movimento ecológico atual.

Haeckel via o universo como um organismo unificado e equilibrado, todo ele feito do mesmo material. Defendia a doutrina monista de que tudo é matéria ou tudo é espírito.

Haeckel pregou uma visão religiosa panteísta da natureza

Acreditava que o homem e o animal têm a mesma situação moral e natural. Pregava a doutrina de que a natureza é a fonte da verdade e mestra sábia para a conduta do homem durante a vida.

E que a sociedade humana devia ser reorganizada de acordo com regras estabelecidas pelo mundo natural.

Ele definia o monismo como sendo “um espírito em todas as coisas”.

Rejeitava a distinção entre a esfera natural e a espiritual.

Pensava que os animais deviam ser considerados iguais ao homem. Neles se poderia discernir os primeiros começos da razão e da conduta ética.

Defendia que o homem havia cometido um erro ao se isolar do mundo natural, em seu esforço de preservar as regras sociais, a família e a sociedade.


Para Haeckel o homem e o animal têm a mesma situação moral

A extraordinária influência de Haeckel pode ser atribuída a seuapelo quase religioso à natureza e ao incipiente panteísmo de suas crenças.

Elas pregavam o retorno a uma natureza impregnada de Deus, banida outrora do norte pelo Cristianismo.

A lei natural tomou o lugar de Deus, de tal modo que as leis naturais devem tornar-se conhecidas para que os homens as obedeçam e possam progredir.

O novo panteísmo tem uma natureza dominadora em seu cerne, natureza que deve educar e guiar o homem nas vias do progresso.

Num próximo post continuaremos estes excertos da obra citada: Anna Bramwell , “Ecology In The 20th Century, A History”, Yale University Press, New Haven, Ct., and London, 1989.

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